Navegando por Autor "Hoffmann, Anaceli Regina"
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Item Diagnóstico das competências dos gestores empreendedores da geração Y: Um Estudo nos municípios de Santa Rosa, Santo Ângelo e Ijuí(2018-06-20) Hoffmann, Anaceli ReginaCom o início da crise econômica no país, muitas pessoas ficaram desempregadas e para sobreviver se viram obrigadas a achar uma solução para este problema. Com isso, a maioria decidiu iniciar a carreira empreendedora, mesmo sem muita qualificação. Diante desse fato, percebe-se que o meio empresarial carece de empreendedores munidos de aptidões que estimulam o desenvolvimento de um perfil diferenciado, determinado a mudar o cenário em que se vive e atender aos desejos do consumidor. Desse modo, percebe-se que, apenas aqueles que estão mais preparados e qualificados conseguem se sobressair em empresas, ou até mesmo inaugurar seus próprios empreendimentos. “No perfil desse novo profissional ressalta-se a agilidade em identificar as necessidades de mercado e supri-las com prontidão e precisão, atendendo à demanda em um menor espaço de tempo possível” (LANER e JUNIOR., 2008, p. 87). A vontade de empreender é sempre um grande desafio, pois os acontecimentos que norteiam as organizações são imprevisíveis. Dornelas (2008, p. 6) explica que: Por isso, o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, criando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade. A maior parte destes empreendedores, são pessoas jovens, que sonham com sua realização profissional e lutam por um futuro melhor. Cansados de obedecer ordens de seus chefes, tentam encontrar através de seus próprios negócios oportunidades de crescimento, bem como uma maior valorização perante a sociedade, além de demonstrar suas habilidades e capacidades de estar à frente de um empreendimento, revelando uma característica marcante desta geração. Diante disso, o presente estudo buscou satisfazer a curiosidade da acadêmica que pertence a esta geração, para que a mesma possa futuramente apropriar-se dos resultados obtidos em sua vida profissional e empreendedora. Com vistas a isso, a mesma procurou diagnosticar e analisar quais as competências que estão em evidência nos jovens empreendedores da região, tomando como base que a maior parte deles vem obtendo resultados de sucesso em seus empreendimentos. Embora eles não possuam uma longa carreira empreendedora, sua coragem e determinação são essenciais para atingir o sucesso. Contudo, é necessário também muito esforço, trabalho e dedicação. Para isso, os objetivos deste estudo foram: verificar as competências necessárias para o atingimento de seus objetivos, na percepção de um grupo de gestores empreendedores dos municípios de Santa Rosa, Santo Ângelo e Ijuí, pertencentes a geração Y; pretendeu-se também analisar os dados empíricos interpretando-os, com vistas a identificar as competências mais utilizadas para atingir o sucesso em organizações lideradas por jovens da geração Y; e, por fim elaborar diagnóstico das competências identificadas como necessárias para atingir com êxito os 6 objetivos, considerando a realidade no atual cenário organizacional e social, com o intuito de absorver as informações e conhecimentos para futuramente aplicar na prática. Metodologia Quanto à forma de abordagem, a pesquisa classifica-se como qualitativa e quantitativa. No entendimento de Cooper e Schindler (2011), a pesquisa qualitativa é um conjunto de técnicas que servem para interpretar certos fenômenos, procurando descrever, decodificar, traduzir e, de outra forma, aprender o significado, e não a frequência que eles ocorrem, de forma mais ou menos natural no mundo social. Já a pesquisa quantitativa procura realizar uma mensuração precisa de algo, buscando assim medir o comportamento, conhecimento, opinião ou atitude de algum indivíduo (COOPER E SCHINDLER, 2011). Referente aos objetivos ou fins, a pesquisa se classifica como exploratória e descritiva. De acordo com Vergara (1997, p. 45) a pesquisa exploratória “é realizada em área na qual a pouco conhecimento acumulado e sistematizado”. Já a pesquisa descritiva pode ser classificada como simples ou complexa, podendo ser realizada em diversos ambientes (COOPER E SCHINDLER, 2011). Quanto aos meios ou procedimentos técnicos, a investigação classifica-se como bibliográfica, de levantamento ou survey, e estudo de caso. Bibliográfica, pois trata-se de uma técnica de coleta de dados que deve abranger fontes e bibliografia sobre o assunto a ser estudado (RUIZ, 2013). Para Cervo e Bervian (1996, p. 48) a pesquisa bibliográfica “procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos”. A pesquisa se classifica também como de levantamento, este tipo de pesquisa, também conhecida como survey, na concepção de Gil (2002) coleta dados primários via sondagem de opinião sobre o problema, e pode ocorrer através de entrevistas em formulários estruturados com perguntas, geralmente fechadas. Além disso, será também um estudo de caso, tendo em vista que este tipo de estudo “é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo” (VERGARA, 1997, p. 47). Diante disso, as entrevistas foram realizadas com 12 gestores empreendedores da geração Y, sendo que uma das entrevistadas possui seu empreendimento em Santo Ângelo, um dos entrevistados tem sua organização localizada em Ijuí, e os demais estão situados na cidade de Santa Rosa. Estes gestores possuem suas organizações em diversos ramos de atuação, que estão distribuídos em alimentício (Pizzaria Gioia e Pizzaria Don Formaggio), entretenimento/eventos (Pirata’s Pub e 2P Eventos), marketing e comunicação (WE Cultura Criativa, Colabore Comunicação e Marketing e GH Branding), arquitetura e design (Evlo: Arquitetura e Design), vestuário (Dani Holzbach), ensino (Hey Peppers – English is cool e Daniel Knebel Baggio ME) e saúde e estética (K2 Treinamento Personalizado). Esta amostra justifica-se pela variedade de empreendimentos que são geridos por jovens da geração Y, e que estão obtendo bons resultados, embora alguns sejam muito recentes, estão superando suas expectativas em relação aos seus negócios e se preparando para o crescimento e desenvolvimento que está surgindo. Primeiramente, após ser definida a maioria das pessoas que seriam entrevistadas, houve um primeiro contato com as mesmas através da professora orientadora Mestre Claudia Werle Rockenbach, no qual foi explicado sobre a pesquisa, convidando-os a participar da mesma. Além disso, a própria pesquisadora, contatou com três dos entrevistados, tendo em vista que já conhecia dois deles, e um foi sugerido em uma das primeiras pesquisas aplicadas por um dos jovens entrevistados. 7 Estas pesquisas foram realizadas durante o mês de agosto e início de setembro, que após um primeiro (ou mais) contato(s) por telefone com cada gestor, foi definida uma data e local adequados para o empreendedor e a acadêmica, para a realização das entrevistas, Com vistas a isso, buscou-se identificar as competências expostas pelos entrevistados. Também, foi realizada uma análise afim de verificar a percepção dos mesmos referente as características e competências apresentadas pela geração Y. A partir disto procurou-se elaborar um comentário explicativo destes, sempre buscando estabelecer e evidenciar a relação com os estudos teóricos já realizados sobre o tema. E por fim, foi elaborado um diagnóstico das competências relativas a esta geração. Resultados Primeiramente, foram descritos os perfis biográficos e profissionais dos entrevistados e em seguida as competências elencadas como as mais importantes para a geração em estudo e também as que mais os entrevistados sentem necessidade de aprimorar. Percebe-se que dos doze gestores empreendedores entrevistados, apenas 4 são do sexo feminino, o que demonstra que ainda há uma minoria de mulheres jovens que estão empreendendo na região. Isso ocorre devido a região entrevistada estar situada no interior do estado, fazendo com que muitas pessoas sejam ligadas a padrões e estilos de vida antigos, onde a sociedade julgava que existiam cargos somente para serem ocupados por pessoas do sexo masculino, e outros, somente pelo sexo feminino. Quanto ao estado civil, verifica-se que oito destes jovens (incluindo o sócio da Evlo: Arquitetura e Design) são solteiros, demonstrando que hoje, as pessoas estão casando mais tarde do que as gerações anteriores. Os cinco entrevistados restantes são casados ou possuem união estável, o que hoje é muito comum principalmente entre os mais jovens, na tentativa de fazer uma “experiência” antes de casar. Nesta pesquisa foi identificado que quanto ao grau de escolaridade dos entrevistados, apenas dois não possuem ensino superior completo, sendo que destes um é formado no curso técnico em publicidade, e um possui o curso superior trancado. Também, são dois dos entrevistados que ainda estão cursando o ensino superior, e os outros nove (incluindo o sócio da Evlo: Arquitetura e Design) possuem o ensino superior completo. Destes nove entrevistados, cinco possuem cursos de pós graduação, e ainda destes cinco, três possuem mestrado. Em relação ao perfil profissional destes gestores, são apresentados os fatores que levaram os jovens entrevistados a realizar suas respectivas escolhas, bem como questões relacionadas à sua vida profissional e pessoal. Alguns dos principais fatores que levaram os gestores empreendedores da geração Y a seguir este caminho foram: paixão pela profissão (53,84%), já possuíam algum empreendimento e resolveram mudar (23,07%), já cresceram em famílias empreendedoras (15,38%), e, renda extra (7,69%) tendo em vista que nestes percentuais está incluído o sócio da empresa Evlo: Arquitetura e Design. Em relação a atualização profissional, vários autores apontam a geração Y, como a geração da tecnologia, que nasceu inserida ao meio tecnológico, diante disso, percebe-se que da totalidade dos entrevistados apenas 23,07% não mencionaram a internet como uma maneira para se atualizar, tendo em vista que um diz ser a atualização, outro somente se atualiza através do Sebrae, e a outra ainda somente através de viagens. Outro destaque também é que os empreendedores do ramo da arquitetura utilizam séries e a netflix para se atualizarem, onde conseguem ficar por dentro das novidades somente observando os espaços. Contudo, a internet, viagens e cursos são as formas mais presentes quando o assunto é atualização. Já no que se refere aos horários de trabalho, pode-se perceber que apenas 15,38% dos entrevistados trabalham menos que 8 horas diárias na empresa. Isso ocorre devido ao fato de possuírem também outras atividades remuneradas. Também são apenas 15,38%, que trabalham somente as 8 horas diárias na empresa, sendo que estes, também trabalham aos finais de semana 8 nas suas respectivas organizações e destes, 7,69%, que corresponde a um entrevistado, trabalha em casa após o horário. Além disso, é possível observar que, 69,23%, ou seja, a grande maioria, trabalha após o horário, ultrapassando às 8 horas diárias que um colaborador normalmente trabalha em uma organização. Contudo, Martini, e Rockenbach e Rodrigues, relataram que levam pouco serviço para casa, preferindo os mesmos ficar na própria organização realizando suas atividades, tendo em vista que no local de trabalho há menores possibilidades de distração. Todos os entrevistados dão continuidade ao seu trabalho em casa, realizando principalmente tarefas administrativas, de gestão e planejamento. No que diz respeito as competências, percebe-se que cada entrevistado descreve as competências determinantes para os gestores em geral, no meio organizacional de um modo individual e variado, enfatizando que 23,07% relata que trabalhar com pessoas ou gestão de pessoas se enquadra nessas competências. Contudo, 15,38% dos gestores entrevistados relatam que a criatividade e a inovação são determinantes também para aqueles empreendedores que escolheram por essa profissão. Além disso, ao analisar as competências sociais descritas pelos gestores que participaram deste estudo, observa-se que apenas 7,69% dos entrevistados não descreveu nenhuma competência social dos gestores. Na percepção da acadêmica, isso se deve ao fato de o mesmo ter tomado como base a sua própria organização para responder a essa questão. Dos 92,30% dos entrevistados, nota-se que as competências sociais dividem-se basicamente em relacionamento (30,76), postura (7,69%), inserção e envolvimento na sociedade (30,76%), proatividade (7,69%) e transparência (15,38%), ou seja, as duas competências sociais dos gestores de um modo geral, de maior relevância seriam o relacionamento e a inserção/envolvimento das organizações na sociedade, através de eventos, campanhas, dentre outras programações diversas que costumam ocorrer nesse meio. Referente as competências que cada entrevistado atribuiu a si mesmo como sendo seu diferencial, bem como as que mais utiliza em seu dia-a-dia. percebe-se que 46,15% dos entrevistados, não elencou nenhuma das competências dos gestores de um modo geral, como sendo suas próprias características, ou seja, eles as consideram determinantes, mesmo sem as possuir de fato. Dentre as competências bem desenvolvidas pelos entrevistados, pode-se destacar: comunicação (38,46%), competências técnicas (30,76%), criatividade (23,07%), e iniciativa e trabalhar com pessoas, ambas com 15,38%. Por outro lado, a competência da organização foi citada cinco vezes, como sendo a que mais necessitam aprimorar, ou seja, 38,46% dos jovens empreendedores, necessitam buscar se organizar de uma maneira mais adequada por diversos motivos, quais sejam: prazos, mais tempo para cuidados pessoais, horários dentro e fora das organizações, entre outros. Conclusões Em primeiro lugar, constatou-se que referente as competências necessárias para que os mesmos atinjam seus objetivos as que os entrevistados mais relataram no presente estudo, foram trabalhar com pessoas, criatividade e inovação, tendo em vista que diante do contexto em que se encontra a economia do país, estas características se comprovam por si só. Basta ter uma visão ampla de tudo o que está acontecendo para perceber que sem estas competências não há como sobreviver no mercado, e é por isso que muitas organizações conseguem se manter por pouquíssimos anos neste meio. Para atingir o sucesso, essas organizações lidaradas por jovens da geração Y, o presente estudo percebeu que as competências técnicas e a comunicação foram apresentadas três vezes, seguidas da criatividade e da iniciativa que apareceram duas vezes entre as mais utilizadas. Além disso, foi possível realizar o diagnóstico das competências mais utilizadas, considerando o contexto atual, ficou evidenciado como a economia de determinada região ou país pode 9 influenciar as competências, habilidades e atitudes de diferentes tipos de negócios, ou seja, independente da área de atução, todos são atingidos de alguma maneira. Ao analisar os desafios e oportunidades encontrados no mercado por empreendedores dessa geração, a crise atual, bem como o fim dela, apareceram entre as mais mencionadas tanto como desafios futuros, como atuais, além da convivência entre gerações. Como oportunidades, praticamente todos os entrevistados relataram que existem várias, em diversos ramos, basta ter vontade e iniciativa de empreender e querer trabalhar para atingir com sucesso seus objetivos, pois como verificado, é possível identificar que a maioria dos entrevistados além de gostar do que faz, trabalha muito. Referente a análise do trabalho em equipe pode-se também concluir que não existem chefes e sim líderes, gerindo estas organizações pois todos eles procuram obter uma boa relação com seus colaboradores, deixando-os livres para fazer suas escolhas, além de incentivá-los a buscar sempre o conhecimento, tendo em vista que isto também trará benefícios para as organizações. Os objetivos deste estudo foram plenamente alcançados, onde foi possível estabelecer uma relação teórica com os fatos empíricos obtidos através das entrevistas. Portanto, todos os contados participaram da entrevista, não havendo nenhuma limitação impactante para que este estudo pudesse ser completamente realizado.