Navegando por Autor "Lima, Jesildo Moura de"
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Item Dinâmica da produção leiteira na região fronteira noroeste do Rio Grande do Sul(2020-07-28) Lima, Jesildo Moura deA dinâmica da produção leiteira na Região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul passa pela compreensão histórica e seus resultados até o presente momento são fruto desta caminhada. O leite possui relevância no desenvolvimento da região, sendo constituído um Arranjo Produtivo Local, o APL Leite Fronteira Noroeste. O estudo das unidades de produção agropecuária ocorreu com objetivo de analisar a capacidade de geração de valor agregado e de apropriação de renda dos diferentes tipos de produtores de leite na região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul, visando o atingimento do Nível de Reprodução Social. Utilizou a abordagem metodológica da Análise-Diagnóstico de Sistemas Agrários, que se ampara na Ontologia do Realismo Crítico e a Complexidade, privilegiando a explicação da realidade ao invés da apenas descrevê-la. Em termos espaciais, foram pesquisados agricultores da região do COREDE Fronteira Noroeste, situada na mesorregião Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, margeada pelo Rio Uruguai, fazendo limite com a Argentina. São 20 municípios: Alecrim, Alegria, Boa Vista do Buricá, Campina das Missões, Cândido Godói, Doutor Maurício Cardoso, Horizontina, Independência, Nova Candelária, Novo Machado, Porto Lucena, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Santa Rosa, Santo Cristo, São José do Inhacorá, Senador Salgado Filho, Três de Maio, Tucunduva e Tuparendi. A coleta de dados a campo ocorreu nos anos 2018 e 2019, com visitação a 52 unidades de produção agropecuária, sendo atribuídos oito tipos distintos de produtores de leite, visando elucidar o problema que questiona qual a contribuição de diferentes tipos de agricultores e sistemas de produção para a consolidação e sustentabilidade da cadeia leiteira na região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul? Em 2019 a região possuía 4.861 produtores de leite, que produziram 401,5 milhões de litros, sendo que 59,3% das unidades de produção produzem menos de 200 litros/dia. Em sua grande maioria utiliza mão de obra familiar, produção de leite a pasto com suplementação de concentrados e silagens. A mecanização da ordenha está presente em praticamente em todas as unidades de produção. Os diferentes tipos de unidade de produção agropecuária destacaram o seguir denominados: Tipo A: Familiar Leite Menor Escala; Tipo B: Familiar Leite Maior Escala; Tipo C: Patronal Leite; Tipo D: Familiar Leite e Grãos de Menor Escala; Tipo E: Familiar Leite e Grãos de Maior Escala; Tipo F: Familiar Leite e Suínos; Tipo G: Familiar Leite, Suínos e Grãos; Tipo H: Familiar Leite, Suínos e Peixe. Ainda os casos atípicos de leite e produção de tabaco e leite intensivo em sistemas confinados tipo Compost barn. Os resultados destacaram os tipos B, G e H com maior geração de valor agregado, posicionando-os como aqueles que maximizam suas atividades, obtendo melhores índices de produção por área útil. Por consequência, melhor conseguem remunerar a mão de obra utilizada, sendo esta a do tipo familiar, possibilitando condições mínimas de reprodução social daquelas famílias. Merece destaque a família no contexto das unidades de produção agropecuária, pois a sua possibilidade de se reproduzir socialmente é o fator-chave da sustentabilidade. As mudanças que ocorreram até o momento, apesar de manterem e até aumentarem o volume de leite produzido na região, reduziram a quantidade de famílias na atividade leiteira, especialmente aquelas com menor superfície útil, possuindo piores índices e, por consequência, menores volumes de produção. Ao arranjo produtivo do leite as políticas e ações empreendidas devem privilegiar aquelas que atentem para esta diferenciação das unidades de produção agropecuária, potencializando estratégias nos tipos de maior valor agregado.Item Impactos da aplicação de financiamentos no processo de desenvolvimento da agricultura do município de Independência/RS(2013-12-16) Lima, Jesildo Moura deA capacidade de cultivar e produzir alimentos inerentes ao ser humano, tornou-se um fator estratégico de sobrevivência e soberania dos países. O desenvolvimento da agricultura possui em sua historicidade a possibilidade do entendimento e a explicação das ações e reações provocadas pelo homem e para com o meio ambiente. Através do uso de insumos processados quimicamente, habilidades e técnicas desenvolvidas, foi possível interferir no aumento da produção, intensificação do uso do solo e alterar as questões ambientais. O presente trabalho buscou analisar as repercussões econômicas, sociais e ambientais provocadas pela alocação de recursos oriundos de financiamentos, tendo como referência uma situação de desenvolvimento local representada pela agricultura do município de Independência. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e de campo, utilizando-se de um procedimento abdutivo embasado no realismo crítico e na complexidade, o estudo foi realizado no município de Independência, região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, no período de janeiro a outubro de 2012. Os principais resultados apontam o estabelecimento de três períodos distintos, sendo o primeiro envolvendo as décadas de 1960 e 1970, que marca o auge do crescimento de agricultura mecanizada a partir de volumes significativos de recursos públicos disponibilizados pelo sistema de crédito agrícola. O segundo período inclui a década de 1980 até meados de 1990 e tem como marca a drástica diminuição do volume de recursos destinados ao financiamento das atividades agrícolas e a retirada do governo enquanto indutor do desenvolvimento agrícola, comparativamente ao primeiro período. A retomada do crédito agrícola e da intervenção do governo na definição dos rumos para a agricultura caracteriza o terceiro período, que tem início a partir de 1996 e se estende até os dias atuais. Os financiamentos tiveram importante função para a operacionalização das políticas de desenvolvimento em função das prioridades elencadas para cada período. Se no primeiro período as políticas e os financiamentos contribuíram para aumentar a área explorada, a produção e a produtividade, mesmo que à custa de problemas sociais e ambientais, no terceiro período, pelo menos no nível das políticas e em algumas linhas de financiamento, o desenvolvimento da agricultura passa a ter que considerar, simultaneamente, as dimensões econômicas, sociais e, em especial, ambientais.