Bernardi, Cecilia Margarida2012-02-2820112012-02-282012-02-28https://bibliodigital.unijui.edu.br/items/2f8bbed5-1bee-4ca6-887d-9d9ce4a7a61e174 f.Esta dissertação estuda relações sociais, sob uma ótica de gênero, com base na divisão sexual do trabalho, que estabelecem as condições para a participação das mulheres agricultoras familiares camponesas em cooperativas, em especial em cooperativas de agricultura familiar camponesas. Neste trabalho também foram estudados os processos pedagógicos realizados pelas organizações não governamentais - ASTRF e AREDE e as lutas empreendidas pelos movimentos de mulheres agricultoras familiares camponesas e os sindicatos de trabalhadores rurais. Na perspectiva da educação popular procurou-se compreender as contribuições daqueles processos educativos na construção da autonomia e na emancipação das agricultoras familiares camponesas. Esta análise possibilitou identificar fragilidades dos mecanismos de participação, decorrentes de um processo de democracia superficial, realizados pelas cooperativas de agricultura familiar camponesas, que continuam semelhantes ao executado nas grandes cooperativas. Este estudo foi realizado em 2009/ 2010 nas cooperativas de agricultura familiar camponesa vinculadas a UNICOOPER, central de cooperativas, que se organizam a partir dos anos de 1990, nas regiões fronteira noroeste e missões do Rio Grande do Sul, a partir das lutas sociais dos/as agricultores/as familiares camponeses/as. Estas cooperativas são formadas por agricultores/as familiares camponeses/as que tem um jeito de produzir e viver, baseada na intensificação do trabalho e se organiza em torno das “necessidades de sobrevivência” da família. Esta forma de organização porém se assenta numa rígida divisão sexual do trabalho, onde as mulheres estão permanentemente invisibilizadas de participar em espaços públicos e sobrecarregadas por trabalhos dentro da propriedade. E, neste sentido, ao longo do tempo as grandes cooperativas criaram mecanismos que reforçam esta característica da agricultura familiar camponesa, dificultando a participação das mulheres como associadas e nos espaços de direção das cooperativas. Nas cooperativas estudadas são menos de 30% de mulheres associadas e, em média, uma mulher compondo a direção de cada cooperativa. Então, na perspectiva de FREIRE, procura-se nesta dissertação elencar que diálogos são possíveis de ser estabelecidos para que as mulheres possam conhecer suas cooperativas dirigindo-as. Uma condição que para ser possível tem que superar a condição de Ser menos, “viver como menos” que as agricultoras familiares estão submetidas. Estabelecer também diálogos possíveis com os subopressores homens num permanente movimento de estar sendo, buscando construir o Ser mais das mulheres em direção ao inédito viável.(FREIRE, 2000)pt-BREmancipaçãoAgricultoras familiaresCooperativasParticipação de mulheresDivisão sexual do trabalhoAgricultura familiar e organizações cooperativas : a luta social das agriculturas familiares camponesasDissertação