Tesche, Andressa2020-12-292019-12-162020-12-292020-12-29https://bibliodigital.unijui.edu.br/items/865e0fad-897e-486a-95b1-378bed3df62386 f.Três em cada dez brasileiros que perdem o emprego desistem de voltar para o mercado formal de trabalho, com os recursos obtidos na rescisão investem no seu próprio negócio. A questão que permeia é que muitos desses negócios acabam fechando em curto espaço de tempo. (G1, 2015). No Brasil boa parcela da sociedade, tem dificuldades na gestão do orçamento financeiro pessoal e também na gestão financeira das pequenas empresas, considerando que as pessoas bem como as empresas sofram influências do ambiente externo, têm-se que aspectos relacionados a economia representam grande impacto tanto no âmbito pessoal como empresarial. O que ocorre em inúmeras situações é que por falta de planejamento financeiro e orçamento pessoal, ocorra certa confusão entre as finanças da empresa com as finanças pessoais, sendo importante destacar que para se obter crescimento não se pode misturar uma com a outra. Possuir um planejamento financeiro é fator essencial de permanência no mercado e quando se fala em planejamento, a priori é controlar e organizar tanto as finanças da empresa quanto as finanças pessoais, isso porque ambas podem estar relacionadas entre si, e uma influenciar na outra. Sabe-se que para uma boa administração todos os aspectos relacionados a gestão de recursos são de grande importância, entretanto nenhuma das áreas é tão complexa e ao mesmo tempo fundamental quanto a área financeira, em vista disso, a gestão dos recursos financeiros acaba por exigir maior atenção em relação as demais. Bitencourt (2004, p. 13), menciona que “o dinheiro e a mola propulsora que faz a empresa e o indivíduo andar”. Nesse contexto o estudo teve como objetivo identificar a existência de relação entre o planejamento financeiro pessoal e a gestão financeira das micro e pequenas empresas da cidade de Horizontina. METODOLOGIA Quanto a natureza, este estudo tratou-se de uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidas a solução de problemas específicos, de acordo com Vergara (2004, p. 47), a pesquisa aplicada é “fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não”. 6 Quanto aos objetivos a pesquisa se classifica como descritiva, “esta tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos sem, entretanto, entrar no mérito do conteúdo” (OLIVEIRA, 2004, p.128). Assim na parte descritiva realizou-se um survey, onde, foi aplicado um questionário adaptado de Marques (2016) e Maturama et al (2015), tendo como amostra 105 gestores de micro e pequenas empresa da cidade de Horizontina, e destes, apenas 64 retornaram a pesquisa. Quanto a abordagem, este estudo se classifica como quantitativo, conforme Malhotra (2001, p.155) a “pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística”. O tratamento quantitativo foi realizado com os dados coletados a partir da aplicação dos questionários, onde foram utilizadas técnicas de cruzamentos de dados afim de identificar semelhanças ou discrepâncias entre as respostas. Quanto aos meios se trata de uma pesquisa bibliográfica, de campo e pesquisa de levantamento. Bibliográfica, porque se trata de um estudo sistematizado, desenvolvido com base em material publicado por autores consagrados que escreveram sobre o tema. Para Vergara (2004, p.48) a “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”. Trata-se de uma pesquisa de campo, a qual é “assim denominada porque a coleta de dados é efetuada “em campo”, onde ocorrem espontaneamente os fenômenos, uma vez que não há interferência do pesquisador sobre eles” (ANDRADE, 2003, p.127). RESULTADOS Em relação aos dados obtidos através da aplicação dos questionários, no que se refere ao perfil dos gestores participantes, 51,56% são do gênero masculino e 48,44% do gênero feminino, a média de idade foi de 44 anos, 54,69% são casados, e com relação a escolaridade 56,25% possui superior completo, quanto ao ramo de atuação das empresas 35,94% de respondentes corresponde ao setor do comércio, seguido de 32,81% do setor de prestação de serviços, 17,19% do comércio e serviços e 14,06% representam o setor da Indústria. A média de idade das empresas é de 16 anos e os gestores possuem um média de 11 anos cuidando do setor financeiro da empresa. Afim de conhecer e compreender de forma mais específica o comportamento dos gestores com relação as suas finanças pessoais, fez-se uma análise das respostas obtidas nas questões voltadas para o âmbito pessoal, onde identificaram-se as práticas mais utilizadas para gerir os recursos próprios. De tal modo, quando se trata da realização de planejamento financeiro que inclua uma previsão de gastos, receitas e investimentos, 53,13% dos respondentes declaram que fazem planejamento, além de anotar os gastos e guardar os valores que sobram. Quando se faz referência ao planejamento do uso do dinheiro, tem-se um destaque apenas para o planejamento do uso do dinheiro a longo prazo, o que apesar de não ser o mais correto, é um bom começo, visto que aos poucos vai se criando uma maior consciência da importância do mesmo, no dia a dia das pessoas. No que se refere ao controle do uso do dinheiro, 48,44% dos gestores participantes anotam e controlam seus gastos pessoais mensais. Ainda levando em consideração, o controle das finanças empresariais e pessoais, 46,88% dos gestores participantes fazem a separação dos gastos, possuindo assim um controle para cada, 28,12% têm consciência do que gastam e ganham na parte pessoal e empresarial embora não realizem controle formal. Tendo em consideração o hábito de poupar, os resultados foram muito semelhantes entre si, visto que, apenas 50% dos respondentes tem o hábito de poupar mensalmente uma quantia, os demais, fica claro que possuem certa dificuldade para tal. Além disso, 73,44% dos participantes 7 classificam sua situação financeira atual como organizada, ainda 60,94% está satisfeito com o controle das finanças pessoais que adotou. De modo geral, cabe destacar que, todos gestores pesquisados, tem adotado pelo menos uma das práticas consideradas ideias no gerenciamento das finanças pessoais. Com a finalidade de verificar as práticas adotadas pelos gestores nas finanças empresariais, caracterizando assim o comportamento destes, foram analisados os dados obtidos nas questões voltadas para a gestão financeira das empresas. Em vista disso, identificou-se que, para 60,94% dos respondentes o principal motivo para a abertura da empresa, foi a oportunidade de negócio. Sendo que 43,75% dos respondentes realizou o planejamento de forma parcial, antes da abertura da empresa, ou seja, de maneira básica sem realizar nenhum tipo de estudo aprofundado sobre o segmento de atuação. Atualmente, entretanto, apesar de a maioria possuir um planejamento, o mesmo não é utilizado para a tomada de decisões em boa parte dos casos, isso por que fazem uso do mesmo, apenas para o armazenamento de informações. Além disso, em 90,63% das empresas participantes do estudo, o responsável pelo financeiro é o próprio proprietário, o que é considerado uma prática muito comum em empresas de pequeno porte. Sendo que, 51,56% possui um pró-labore definido para os sócios, estes recebem então, mensalmente um salário fixo determinado, o que torna a empresa mais profissional e da maior credibilidade aos resultados obtidos por ela. Em 62,5% das empresas cujos gestores participaram da pesquisa, o controle das entradas e saídas de dinheiro ocorrem de maneira formalizada e detalhada, sendo este um aspecto bastante positivo da pesquisa. Verificou-se ainda que, mesmo por vezes não fazendo uso de todos os recursos oferecidos, 87,50% faz uso de ferramentas para a gestão financeira, sendo elas softwares ou planilhas, o que contribui para que, 67,19% dos pesquisados possuam a informação das disponibilidades de maneira exata sempre que necessário. Ainda, 65,63% dos gestores, encontram-se satisfeitos com a atual situação financeira da empresa, mesmo acreditando que poderia ser melhor. Destaca-se neste tópico, a predominância de resultados positivos no decorrer da análise dos dados. Na busca por identificar uma relação entre os resultados obtidos entre as finanças empresariais e as finanças pessoais, fez-se o cruzamento de alguns dos dados, onde foram escolhidas questões estratégicas de ambos os tópicos fazendo assim um comparativo entre estas. De tal modo, verificou-se semelhanças dos hábitos adotados nas finanças pessoais com os hábitos das finanças empresariais, visto que, em sua maioria que adota uma postura em casa, tende a manter a mesma postura na empresa. Assim, dos 53,13% dos respondentes que realizam planejamento financeiro em suas finanças pessoais, 21,88% também mencionaram que, antes da abertura da empresa realizaram um planejamento parcial, além disso, 29,69% também possui planejamento financeiro na empresa atualmente, levando o mesmo como base para a tomada de decisões. Em se tratando do controle financeiro, dos 48,44% que realizam anotações dos gastos pessoais mensais, 29,69% fazem o mesmo com o dinheiro da empresa, possuindo um controle formalizado e detalhado das entradas e saídas de dinheiro. Ainda considerando o controle, 73,44% consideraram que sua atual situação financeira está organizada, sendo que destes, um total de 37,50% utiliza uma ferramenta de gestão na empresa, mesmo que não faça uso de todos os recursos. Diante disso, tem-se que, considerando a separação dos gastos pessoais dos empresariais, dos 46,88% que possuem um controle para cada, que é o mais adequado, 37,50% tem a informação das disponibilidades da empresa, exatas quando necessário. 8 Por fim, dos 73,44% que consideram sua atual situação financeira organizada 51,56% também, encontram-se satisfeitos com a atual situação financeira da empresa mesmo considerando que a mesma poderia estar melhor. CONCLUSÃO Para fins conclusivos, tem-se que a relação do planejamento financeiro pessoal dos gestores e a gestão das micro e pequenas empresas, se dá em virtude de que os hábitos adotados no cotidiano refletem nas práticas adotadas na gestão da organização, assim os gestores costumam realizar um planejamento financeiro pessoal, em relação ao uso do dinheiro tal planejamento geralmente ocorre para longo prazo bem como tendem a controlar o mesmo de alguma forma, mesmo que informalmente. As características relacionadas as finanças empresariais se assemelham muito as de finanças pessoais, isso em razão de que, antes do início da abertura da empresa os gestores em sua maioria realizaram um planejamento financeiro, mesmo que de maneira parcial, sendo que atualmente possuem um planejamento financeiro que por vezes é utilizado apenas para armazenamento de informações. Além disso, realizam um controle das entradas e saídas de dinheiro, utilizando ferramentas e softwares para tal, e mesmo que, não utilizando todos os recursos oferecidos por tais ferramentas, possuem a informação das disponibilidades exata quando necessário. Outro ponto é que, encontram-se satisfeitos com a atual situação financeira da empresa.pt-BRCiências Sociais AplicadasAdministraçãoPlanejamentoControleFinançasEmpresasGestoresA relação entre o planejamento financeiro pessoal dos gestores e a gestão financeira das micro e pequenas empresasMonografia