Reis, Ana Queli Mafalda2019-07-2420172019-07-242019-07-24https://bibliodigital.unijui.edu.br/items/cdad3329-1665-428c-9cbf-21509b8e9f4298 f.A contextualização do ensino tem sido discutida pelas políticas públicas orientadoras de currículo como um dos princípios pedagógicos na articulação do processo de reforma curricular encaminhado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9.394/1996, que visa a romper com o excesso de abstração da matemática e torná-la útil aos alunos. As pesquisas na área da educação matemática têm auferido à contextualização a possibilidade de agregar significado aos conceitos e de facilitar a aprendizagem; no entanto, as propostas de ensino limitam esta proposição em práticas de aplicações e ilustrações, não explorando o processo de aprendizagem do conceito e justificando as novas dificuldades pela falta de interpretação dos alunos. A busca por compreender a práxis da contextualização orientou este estudo a partir do seguinte problema de pesquisa: quais são os elementos necessários para a contextualização do ensino da matemática articular-se ao processo de aprendizagem e desencadear a apropriação dos significados dos conceitos pelos alunos? A pesquisa apoia-se na teoria do ensino desenvolvimental (DAVYDOV, 1982, 1991, 1999, 2009), que, a partir da sua matriz teórica de dialética do pensamento de Marx, direciona a abordagem histórico-cultural de Vigotsky aos processos de ensino e aprendizagem na escola. Nessa perspectiva, reconheço a contextualização como um movimento não só pedagógico, como também didático (GAUTHIER e MARTINEAU, 2001); aliados, representam um princípio educativo, tendo em vista os propósitos da educação, na apropriação do conhecimento poderoso (YOUNG, 2007, 2011), que é fundamental para o desenvolvimento intelectual (VIGOTSKY, 2007, 2008, 2009) dos sujeitos. A contextualização como um princípio educativo redimensiona as concepções didáticas e pedagógicas do professor com vistas à articulação entre o concreto e o abstrato. Metodologicamente, a pesquisa conta com o desenvolvimento de um experimento didático formativo que investiga a contextualização como um princípio educativo do processo de ensino mediante o processo de aprendizagem do conceito função. O estudo teórico aliado ao empírico permitiu estruturar três categorias que redimensionam o fazer didático e pedagógico do professor, traçando elementos considerados indispensáveis para a práxis da contextualização: (i) concepções sobre o conceito: o professor deve ter conhecimento sobre a origem e evolução do conceito a ser ensinado para identificar a sua conexão essencial, bem como sua articulação em um sistema conceitual; (ii) concepções sobre o desenvolvimento do ensino do conceito: as tarefas encaminhadas pelo professor devem problematizar a conexão essencial e o sistema conceitual, explorar sentidos por meio dos contextos e significados que são do conceito para o estabelecimento da relação geral, bem como instrumentalizar o pensamento dos estudantes a partir de sentidos e signos para a significação conceitual. (iii) concepção de aprendizagem: a avaliação da aprendizagem dos conceitos matemáticos deve considerar os processos de pensamento em ascensão do abstrato ao concreto, constituindo o desenvolvimento do pensamento teórico. Dessa forma, ao ser percebida como um princípio educativo, a contextualização redimensiona a postura pedagógica e didática do professor, evidenciando elementos para desencadear o processo de apropriação conceitual e impulsionando o desenvolvimento intelectual dos alunos.pt-BRCiências humanas.Educação.Educação Matemática.Conceito Função.Ensino Desenvolvimental.Significação Conceitual.A contextualização da matemática como princípio educativo no desenvolvimento do pensamento teórico: exploração de contextos no movimento do pensamento em ascensão do abstrato ao concretoTese