Dinâmica agrária e desenvolvimento local: emergência e efeitos econômicos diretos e indiretos da agroindustrialização familiar de pequeno porte em Constantina - RS

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2011-09-19

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Resumo

Este estudo analisa as condições de emergência da agroindustrialização familiar de pequeno porte e seus efeitos sobre o desenvolvimento local, no município de Constantina no Rio Grande do Sul. Especificamente, visa analisar a mudança da matriz produtiva e a agroindustrialização familiar no contexto da dinâmica agrária, caracterizar e analisar as cadeias produtivas familiares agroindustriais e avaliar os efeitos diretos e indiretos da agroindustrialização familiar de pequeno porte. Os procedimentos de pesquisa basearam-se nas Teorias dos Sistemas Agrários e no Método de Avaliação Econômica dos Efeitos. Os dados e as informações foram obtidos a partir do estudo da dinâmica agrária (2008) e através de entrevistas realizadas junto aos agricultores familiares agroindustriais do município e entidades locais de Constantina. A análise evidencia que a agroindustrialização familiar de pequeno porte começou a se desenvolver no final da década de 1980, num contexto em que um segmento importante dos agricultores familiares encontrava-se em crise, com sérias dificuldades de reproduzir a mão-de-obra familiar com os sistemas de produção pouco intensivo por unidade de área em relação às pequenas superfícies agrícolas útil, que praticavam. Preocupados com a reprodução social desses agricultores, instituições locais desenvolveram um programa de desenvolvimento local chamado de “mudança da matriz produtiva”, que permitiu o desenvolvimento de agroindústrias junto a um grupo de agricultores que já possuíam experiência com a transformação artesanal de alimentos. Os principais tipos de agroindústrias desenvolvidos atualmente pelos agricultores baseiam-se na produção de queijo, derivados de suíno, cachaça e açúcar mascavo, as quais têm alto potencial de gerar efeitos econômicos positivos, os quais foram medidos através do Valor Agregado (VA). Verificou-se que o VA gerado pelas agroindústrias familiares aumenta em mais de 35%, podendo chegar a um aumento de até 197%, comparativamente com a venda da produção primária. De outro lado, a agroindustrialização permite a geração de efeitos indiretos sobre a economia local, ou seja, gera um VA indireto que varia de 18 a 58% do total do VA direto. Desse modo, concluiu-se que a agroindustrialização familiar de pequeno porte, além de ampliar a capacidade de reprodução social dos agricultores com a geração de efeitos diretos, gera efeitos indiretos sobre o desenvolvimento local, e que, quando os agentes econômicos que compõem os segmentos da cadeia agroindustrial têm origem local e quanto mais diversificada e complexa for a cadeia produtiva, maiores serão os efeitos gerados.

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Palavras-chave

Sistemas agrários, Agricultura familiar, Agroindustrialização familiar de pequeno porte, Desenvolvimento local, Efeitos econômicos

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