Perspectivas para a introdução da língua inglesa na educação infantil

Abstract

O número de escolas e programas bilíngues ao redor do Brasil parece vir tomando uma maior proporção, em termos de reconhecimento, especialmente em relação a programas bilíngues oferecidos por escolas particulares. No entanto, nesse cenário em que a Língua Inglesa é cada vez mais requisitada, percebe-se uma desproporção entre as escolas particulares e públicas no país, em função de que, enquanto no cenário da rede privada a disciplina de língua inglesa é oferecida desde a Educação Infantil, no contexto da rede pública, isso ocorre somente a partir do sexto ano do Ensino Fundamental. Assim, o objetivo deste estudo é compreender até que ponto introduzir uma língua estrangeira nos primeiros anos da infância alcança os objetivos esperados. Para isso, recorremos à bibliografia da área, buscando alinhar diferentes perspectivas no que diz respeito à temática, bem como triangular os dados com o olhar de docentes de língua inglesa quanto ao tema. Resultados sugerem que, apesar de algumas divergências na literatura, uma significativa parte dos pesquisadores em Linguística Aplicada aponta que as crianças mais jovens têm grandes vantagens na aquisição da segunda língua por causa do seu comportamento frente a ela e por seu cérebro ainda estar em desenvolvimento, sendo mais suscetível às mudanças se comparado a uma idade mais avançada, sendo este também o ponto de vista dos docentes entrevistados. Dessa forma, este estudo pode ser relevante para a área, uma vez que, frente a esses resultados, é possível que se esteja introduzindo a disciplina em um momento relativamente tardio nas escolas públicas brasileiras, favorecendo, cada vez mais, um cenário de exclusão social, seja ainda na infância, seja na idade adulta.