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Construção coletiva de saberes emancipatórios na formação continuada de professores na interface universidade/escola
(2021-09-30) Augusti, Rudinei Barichello
A presente tese apresenta como tema a construção coletiva de saberes emancipatórios na Formação Continuada de Professores na Interface Universidade/Escola, inserida na Linha de Pesquisa Currículo e Formação de Professores do Programa de Pós-graduação Strictu Sensu Educação nas Ciências. Tem como objetivo investigar, analisar e compreender a interlocução Universidade/Escola no âmbito da Formação Continuada como espaço de construção coletiva de saberes emancipatórios na formação de professores da educação básica. Os principais autores são, Jurgen Habermas, Boaventura de Sousa Santos, Moacir Gadotti, Paulo Freire, José Odelso Schneider, Maria Cecília de Souza Minayo, entre outros que também refletem em torno das discussões aqui propostas. Em relação à metodologia, sustentada por Maria Cecília Minayo, a pesquisa se utilizou de Encontros Formativos desenvolvidos no Cooperdomhermeto - Escola Cooperativa, de abordagem qualitativa e vertente epistemológica hermenêutica-dialética. A presente proposta justifica-se, pela potencialização da formação continuada de professores, como lugar das articulações na interface da Universidade e Escola, estabelecendo interlocuções dialéticas, tanto dos professores da educação básica, quanto da universidade. Assim, a interlocução dialética na interface do contexto Universidade e Educação Básica se constitui como um espaço privilegiado de problematização, seja por um agente ou uma comunidade argumentativa, onde os saberes se consistem como emancipatórios, quando são legitimados e validados pela mesma comunidade. Como expressão dos resultados os quais a tese defende, é na interlocução da Escola e a Universidade, que vão se constituindo saberes e elaborações crítico-reflexiva sobre as práticas pedagógicas e a formação do professor que constituem o coletivo de saberes, bem como o reconhecimento da indissociabilidade do Ensino, Pesquisa e Extensão, vinculado ao processo de formação continuada para construção de saberes emancipatórios necessários ao protagonismo docente na Educação Básica. A dialética, como movimento formativo, serve assim, como elemento de problematização na formação continuada de professores, buscando através da construção coletiva de saberes, pela ação de mão-dupla da Universidade e Escola, potencializar a perspectiva teórica emancipatória da condição docente. Dessa forma, o movimento emancipatório, inserido na interlocução Universidade e Escola, está comprometido com o movimento dialético de crítica ao modelo de racionalidade instrumental e técnica presente nas práticas formativas e educativas. Nesse movimento, o diálogo não pode ser limitado a compreensão de uma técnica a ser utilizada para ensinar algo, ou conseguir alguns resultados, pois isto transformaria o diálogo em ferramenta de controle e/ou manipulação. Por se constituir em um aspecto de humanização do ser humano, o diálogo sem dicotomias, é parte do progresso histórico da humanidade, ou seja, é primordial em um processo de reflexão sobre a realidade em que o diálogo possibilite a pronúncia humana. Portanto, foi na experiência vivencial dos Encontros Formativos com o grupo de professores do Conselho Pedagógico, onde subsidiado por disposições democráticas, num clima constante de debate, discutiu-se sobre as dicotomias nos processos de formação continuada de professores.