Navegando por Autor "Conte, Isaura Isabel"
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Item Mulheres camponesas em luta: resistência, libertação e empoderamento(2011-11-29) Conte, Isaura IsabelEsta dissertação analisa como se dá o processo de libertação das mulheres camponesas do MMC/RS, perpassando elementos como, aprendizados na inserção do Movimento, relações no trabalho, decisões do grupo familiar, acesso à terra, crédito e documentação. Junto a essas análises foi considerado o fazer-se, para o “ser mais” e o empoderamento. Para tanto, busquei compreender o campesinato, os Movimentos populares, especialmente de mulheres, e, a educação popular pelo fato de convergir com as lutas no que tange à perspectiva de busca pela libertação. Metodologicamente, foi utilizado elementos da pesquisa participante, da pesquisaação e da objectivação participante e, como técnicas de pesquisa foram necessários questionários, observações, análise documental e entrevistas. O total de questionários foram 117 e contaram com questões abertas e fechadas, sendo noventa e cinco respondidos por mulheres da base do MMC de dez diferentes regiões do Estado e, vinte e dois, por mulheres que compõe a direção e coordenação do Movimento. As observações foram efetuadas em cinco reuniões da direção e três da coordenação estadual, com anotações em diários de campo e as entrevistas, num total de onze, contemplando base, coordenação e direção. A análise documental realizada deu-se a partir de elementos surgidos dos questionários, observações e entrevistas e, também, da sistematização de dados e falas coletadas, somados à estudos teóricos. Merece destaque os seguintes itens como de maior relevância no trabalho: as mulheres camponesas recebem visibilidade quando se colocam em luta, em Movimentos sociais, o que se dá a partir da década de 1980 no Brasil; em Movimento se tornam sujeitos políticos e incidem em políticas públicas; as lutas, tanto de caráter individual (esfera privada), quanto de caráter coletivo e públicas são importantes no processo de libertação, de fazer-se sujeitos, contudo, percebe-se a contradição com relação à sobrecarga e a politização do trabalho feito pelas mulheres do MMC; as experiências feitas pelas mulheres no coletivo em luta, as empodera e contribui no processo de libertação; a pesquisa mostra como relevante no Movimento, a compreensão que as mulheres engajadas passam a ter sobre a sociedade e sobre suas vidas, bem como o maior entendimento sobre a situação que vivem na sociedade capitalista e patriarcal. Citam a conquista de direitos, e o acesso aos documentos profissionais, como relevantes para sua condição de cidadã com profissão reconhecida e maior autonomia frente às pessoas, especialmente cônjuge, e à entidades. Ficou evidente também, que as mulheres inseridas no MMC ao forjar mudanças sociais, sofrem também profundas transformações e desenvolvem identidades coletivas. Empoderam-se na medida em que conseguem ter entendimento e compreensão para agirem e, por esse motivo reconhecem a importância da força do Movimento. Ainda assim, sentem e sofrem discriminação, mas afirmam que a luta de caráter público dá coragem para enfrentar desafios no âmbito das relações de gênero no grupo familiar. Sabem que a libertação é construída passo a passo, não sendo algo individualizado, tampouco acontece de forma espontânea, sendo necessária ser forjada no cotidiano, por causa da situação de desvantagem que se encontram enquanto sexo feminino no patriarcado.