Psicologia Clínica - Práticas Clínicas nas Instituições

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    O empuxo-à-mulher: uma solução à problemática dos sexos nas psicoses paranóicas?
    (2020-08-20) Portolann, Diego Felipe
    O presente artigo trata-se de uma revisão bibliográfica da leitura freudiana do Caso Schreber, e da primeira clínica estrutural lacaniana acerca das psicoses, compreendida a partir da noção de foraclusão do Nome-do-Pai, na análise do caso referido. Buscou-se descrever, a partir da teoria psicanálitica, o fenômeno do empuxo-à-mulher, definido por Lacan em 1973, constituindo-se como um processo abrupto de feminização que invade o sujeito psicótico sob a forma de um gozo desregulado. Nota-se que, devido a foraclusão do significante primordial/fálico, o sujeito psicótico está elidido da partilha sexual, isto é, não podendo posicionar-se do lado masculino nem do lado feminino da sexuação. Assim, busca-se enlaçar os elementos referidos situando que o efeito do empuxo-à-mulher é reconhecido como uma solução precária mas que, associado ao trabalho do delírio, garantiu a estabilização de Schreber. Por fim, conclui-se que o efeito não contempla uma solução aos casos de psicoses paranóicas, assim como também não é tão frequente, mas está situado claramente no nível da sexuação ao sujeito psicótico. Como consequência, resta ao psicótico o desafio, que é o mesmo para todo o ser falante, de situar seu sexo e sua existência no Outro.
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    Perversão e a estrutura social: a lógica perversa da burocracia e os discursos de ódio
    (2020-03-02) Maronez, Gustavo Henrique
    A proposta deste artigo é a discussão entre perversão e onde ela se apresenta na estrutura social. Em um primeiro momento será discorrido sobre como se dá a estruturação da perversão pela visão da psicanálise, diferenciando-a do senso comum ou de outras áreas de conhecimento, principalmente, das áreas da saúde mental. A introdução da lógica constitutiva da perversão, sua relação com o Outro materno e a Lei que vem da função do nome-do-pai, fazendo uma comparação e distinguindo das duas outras grandes estruturas psíquicas, a Neurose e a Psicose. Num segundo momento, será trabalhado como a perversão se apresenta no laço social constitutivo da sociedade moderna, mais especificamente o lado perverso da burocracia e de onde ela evolui. Utilizando autores como: Primo Levi (um sobrevivente do campo de concentração Auschwitz na Polônia durante a Segunda Grande Guerra Mundial), Hannah Arendt (sua visão do Julgamento de Eichmann em Jerusalem), será apresentado como a burocracia atinge os sujeitos, independentemente de suas posições (opressor e oprimido) com sua lógica perversa de funcionamento. Assim comparando com os discursos de ódio que se apresentam nos nossos dias.
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    Depressão na adolescência: a saída para um destino anunciado?
    (2019-05-21) Tedeschi, Vandriane
    O presente artigo tem como finalidade abordar o tema da depressão na adolescência, entre meninas que residem no meio rural, e o uso de medicamentos. Tal diagnóstico pode ser uma saída para as jovens renunciarem o desejo de seus pais, de que as mesmas permaneçam no campo. O uso de medicação em substituição a uma abordagem mais interdisciplinar pode trazer consequências não apenas para seus corpos em constituição, mas para sua condição de sujeitos. A diferenciação entre crise adolescente e episódio depressivo por vezes não acontece, precipitando-se um diagnóstico e influenciando a subjetividade do sujeito adolescente.
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    O amor e seus desdobramentos
    (2019-05-09) Pagliari, Danieli
    O amor desperta fascínio e aparece cercado de ideais, fantasias e angústias. Neste artigo, a autora estuda o amor e seus desdobramentos, discorrendo sobre o apagamento das diferenças que se dá na paixão, onde surge a ilusão de ser “Um” em uma experiência de loucura. Aborda sobre o amar e o ser amado e a relação entre amor e fantasia. Os conceitos serão trabalhados a partir dos textos de Freud e Lacan e de alguns de seus comentadores, ligando esses estudos à experiência da clínica, permitindo ainda uma leitura sobre as consequências do amor no laço social.
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    Cortar-se na adolescência
    (2019-05-07) Cassol, Vânia Ferrari
    O presente artigo aborda uma das demandas de meninas préadolescentes/ adolescentes cada vez mais presentes na clínica, o self cutting, ato de cortar-se a si mesmo, automutilar-se de forma intencional. O tema é trabalhado com base em pesquisas bibliográficas, tendo como fundamentação a teoria psicanalítica. O trabalho compreende, em um primeiro momento, as temáticas que envolvem a adolescência; em seguida, a problemática envolvendo a automutilação/self cutting, assim como articulações entre a automutilação e as angústias que surgem na adolescência em relação a constituição do corpo e do feminino. Aborda o retorno do Estádio do Espelho, que ocorre na infância e que faz ressurgir na adolescente a necessidade de apropriação de uma imagem “nova” do corpo, envolta de um processo de separação eu/Outro. Aponta que essas mudanças, em sua maioria, são traumáticas e apresentam atitudes de desamparo diante da construção da nova imagem corporal e da transicionalidade na relação eu/Outro. O ato de cortar-se na fase adolescente representa a demanda de inscrever uma nova representação de si.
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    Suicídio na contemporaneidade
    (2019-05-07) Bolzan, Michele Sloniec
    O presente artigo aborda o entendimento do suicídio como resultado de um comportamento com determinantes multifatoriais, na tentativa de compreender principalmente os fatores de risco, levando em consideração a alta prevalência da depressão e como essa está relacionada ao suicídio. Investiga como na prática clinica analítica pode ser tratada essa questão com o recurso da psicanálise, bem como, aborda medidas de prevenção e adoção de estratégias para o enfoque do comportamento suicida como forma de desmistificar o tema. O artigo também traz o trauma que o suicídio acarreta ao meio social e a falta de informação e esclarecimento sobre os riscos dos comportamentos autodestrutivos. A importância de se detectar e tratar adequadamente a depressão na possibilidade de se alcançar taxas menores de suicídio. De modo que, aquilo que chamamos de depressão é um quadro mais próximo da clínica das neuroses do que das psicoses e, pode ser, senão curada, ao menos tratada com os recursos da psicanálise. Dessa forma, as depressões participam das estruturas, mas é necessário compreender sua singularidade e falta de suporte social, dificultando o tratamento adequado.
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    Memórias e Miudezas: a arte como forma de contar e resgatar histórias
    (2019-05-07) Machado, Bruna Bertasso
    Este texto é construído a partir da análise de um filme que retrata a história de conservadores de arte que se lançaram na missão de resgatar objetos de arte roubados pelos nazistas no final da segunda guerra mundial. A partir de conceitos psicanalíticos é abordada a função de preservação da memória que a arte ocupa para a humanidade e especialmente frente ao momento de extermínio vivido no filme. Assim como trabalha algumas possíveis leituras a seu respeito no enlace com a psicanálise a partir da obra freudiana.
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    O outro em questão: tempo, sujeito e clínica em psicanálise
    (2019-02-12) Lieberknecht, Anelise Prestes
    Este trabalho apresenta o tempo como tema de pesquisa, segundo uma dupla condição, de operador no psiquismo e no fazer clinico. Aborda, para tanto, uma cena inicial, inaugural, de fundação do sujeito psíquico e, uma outra cena, efeito desta primeira, isto é, a cena transferencial. Com o desenvolvimento acerca destes dois grandes conceitos da clínica psicanalítica, transferência e temporalidade, a pesquisa refletiu sobre o encontro com o Outro e a “criação” do sujeito da psicanálise, aprofundou sobre o laço com o Outro e a transferência, e sobre a relação do tempo do sujeito com a clínica, amparada na noção lacaniana de tempo lógico. Encontrou pelo caminho, ao abordar as operações de alienação e separação, o essencial papel do significante na relação do sujeito ao Outro, bem como a questão da formação do analista. Deste percurso, concluiu-se que, considerando o estudo da temática do tempo lógico de Jacques Lacan, o intervalo temporal, produto da experiência subjetiva com o Outro, reaparece na clínica como um espaço de olhar o movimento do outro ante o movimento do analista.