Desenvolvimento da tecnologia de biofortificação agronômica em aveia para maior absorção de ferro e zinco com adjuvante de óleo essencial

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A má nutrição, que inclui desnutrição, sobrepeso e fome oculta, atinge principalmente crianças e adolescentes, sendo especialmente preocupante a deficiência de ferro e zinco. Essas deficiências são particularmente graves em regiões subdesenvolvidas, nas quais a pobreza limita o acesso a alimentos ricos nesses minerais. O ferro e o zinco são essenciais para funções vitais, como o transporte de oxigênio, melhora da imunidade e para o desenvolvimento cognitivo, e sua carência pode resultar em problemas de saúde como anemia, comprometimento do sistema imunológico, atrasos no crescimento e déficits cognitivos. As estratégias para combater essas deficiências incluem fortificação de alimentos e biofortificação. A fortificação adiciona nutrientes aos alimentos durante o processamento, mas esses nutrientes podem ser excretados rapidamente pelo organismo. Já, a biofortificação aumenta naturalmente o teor de nutrientes nas plantas por meio de técnicas agronômicas e de engenharia genética, tornando-os mais biodisponíveis. A biofortificação agronômica, surge como uma estratégia sustentável para aumentar os micronutrientes em culturas básicas, sendo a aplicação foliar uma maneira econômica de alcançar esse objetivo. A adição de adjuvantes nas pulverizações foliares pode melhorar a eficiência do processo, e os óleos essenciais de plantas, por serem biodegradáveis e renováveis, oferecem uma alternativa sustentável aos adjuvantes convencionais que são óleos minerais a base de petróleo com alto potencial de poluição ambiental. A crescente busca por alimentos de alta qualidade nutricional reflete uma mudança de hábitos a uma melhor qualidade de vida. A aveia destaca-se por seus benefícios nutricionais, incluindo a redução do colesterol LDL e a promoção da saciedade, além de suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Nesse contexto, o desenvolvimento de tecnologias de biofortificação agronômica com suporte de óleo essencial representa uma abordagem inovadora para melhorar a qualidade nutricional da aveia. O objetivo deste estudo é desenvolver e validar a tecnologia de biofortificação agronômica de ferro e zinco via foliar na cultura da aveia (Avena sativa L.), com o suporte de óleos essenciais, visando melhorar a qualidade nutricional dos grãos e assegurar a segurança na produção. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: a primeira, uma revisão de literatura sobre a biofortificação na segurança nutricional dos alimentos e uso de óleos essenciais à maior absorção via foliar de ferro e zinco no enriquecimento de grãos de aveia; a segunda, um estudo de campo de biofortificação agronômica via aplicação foliar no início do enchimento de grãos da aveia, analisando fontes e doses dos sulfatos de ferro e zinco de forma isolada e combinada O estudo de campo de 2017 a 2023 ocorreu no município de Augusto Pestana, RS, Brasil, com o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições, em um esquema fatorial 3x4, correspondente ao estudo das fontes de zinco e ferro isolado e combinado (ZnSO₄·5H₂O; FeSO₄·7H₂O; ZnSO₄·5H₂O + FeSO₄·7H₂O) e quatro doses do composto (0, 1000, 2000 e 4000 g ha⁻¹). Além disso, em 2022 e 2023, seguindo com o delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições em esquema fatorial 3x4x2, que corresponde ao estudo das fontes de zinco e ferro isolado e combinado (ZnSO₄·5H₂O; FeSO₄·7H₂O; ZnSO₄·5H₂O + FeSO₄·7H₂O) em quatro doses do composto (0, 1000, 2000 e 4000 g ha⁻¹) e em duas condições de uso de óleo essencial (ausência e presença). Foram avaliados indicadores de produtividade e rendimento industrial, composição orgânica dos grãos e concentração de zinco e ferro em grãos e cariopses de aveia. A biofortificação agronômica de ferro e zinco aplicados via foliar na fase de enchimento de grãos, não interfere nos indicadores de produtividade e composição orgânica dos grãos de aveia. A biofortificação via foliar de sulfato de zinco promove aumento no conteúdo de zinco nos grãos e cariopses de aveia, porém, com diminuição de ferro. A biofortificação via foliar de sulfato de ferro aumenta o conteúdo de ferro nos grãos e cariopse de aveia, com tendência a redução de zinco. A combinação de zinco e ferro na biofortificação não promove enriquecimento dos grãos de aveia. A adição de óleo essencial não melhora o processo de biofortificação de zinco e ferro e quando combinado com sulfato de ferro, traz efeitos negativos sobre a produtividade de grãos e rendimento industrial. Este trabalho é interdisciplinar, envolvendo agricultura, química, saúde e sustentabilidade alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

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40 f.

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