Regionalização do sistema único de saúde e desenvolvimento : um estudo da Região de Saúde 20 do Rio Grande do Sul, Brasil
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2024-10-24
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Resumo
Esta tese analisa as repercussões e interfaces entre o processo de desenvolvimento e a saúde na
região de saúde 20-Rota da Produção do Rio Grande do Sul. A partir da utilização da
Hermenêutica de Profundidade, formulada por Thompson, enquanto ferramenta metodológica
capaz de realizar uma leitura qualificada da realidade, sem desconsiderar a interpretação já
realizada por aqueles sujeitos que se encontram inseridos no mundo sócio-histórico e a partir
de todas essas percepções, apreensões e análises, realizar uma reinterpretação, por meio de três
fases que correspondem a dimensões analiticamente distintas de um processo interpretativo
complexo e não estágios separados de um método sequencial. Assim, para além da interpretação
da doxa, as demais fases podem ser descritas como análise sócio-histórica, análise formal
discursiva e interpretação/reinterpretação. Com esses pressupostos, a pesquisa busca responder
quais são as repercussões e interfaces evidenciadas entre o processo de desenvolvimento e a
saúde na região em estudo. Para tanto, são realizadas reflexões acerca da categoria de esfera
pública elaborada por Habermas e sua pertinência de aplicação no contexto pátrio, analisando
e descrevendo a trajetória de construção e organização do Sistema Único de Saúde e as
contribuições do movimento da reforma sanitária para a redemocratização do Brasil. É
tematizada a questão da territorialização da saúde, traçando reflexões e resgatando elementos
históricos acerca do processo de regionalização da saúde em âmbito nacional, estadual e
regional, bem como interpretado e reinterpretado o contexto regional por meio de análise crítica
do discurso aplicada às entrevista de atores que participaram ativamente do processo de
regionalização da saúde; releitura de indicadores demográficos, sociais, econômicos,
ambientais e de saúde a partir da aplicação da matriz de Determinação Social de Saúde,
formulada por Dahlgren e Whitehead; e, análise do planejamento em saúde no território, a
partir de instrumentos como planos municipais, plano regional de saúde e aplicação de
questionários a gestores e conselheiros municipais da saúde. As considerações finais sinalizam
que o processo de desenvolvimento, ocupação e conformação do território repercute e irradia
efeitos na organização da política de saúde no território, onde a pauta das iniquidades entre as
regiões de saúde e da dificuldade de concretização do princípio da integralidade no cuidado se
mantém pertinente passada uma década do processo de definição das regiões de saúde no Rio
Grande do Sul. Ademais, constatou-se que embora o campo setorial seja habilidoso na
mobilização das pautas relativas à política da saúde, é na esfera pública e nos atores sociais que
se encontra a base para a construção de alternativas e mobilização política na busca pela redução
dos problemas que afetam amplamente a maior parcela da população e foram responsáveis pelo
seu afastamento histórico dos direitos sociais mais básicos.
Descrição
348 f.
Palavras-chave
Esfera pública;, Participação e controle social, Política pública de saúde, Regionalização da saúde, Território