Saber docente e interdisciplinaridade no contexto das reformas curriculares do ensino médio no Brasil: um estudo com professores de língua inglesa

Abstract

Esta dissertação, intitulada “Saber Docente e Interdisciplinaridade no Contexto das Reformas Curriculares do Ensino Médio no Brasil: um estudo com professores de língua inglesa”, tem como objetivo compreender o processo de reconstrução dos saberes dos professores de língua inglesa que atuam em três escolas da 17ª Coordenadoria Regional de Educação do Estado do Rio Grande do Sul no que diz respeito aos desafios da Política Educacional do Ensino Médio no Brasil com relação à perspectiva interdisciplinar. A pesquisa se caracteriza por ser de natureza qualitativa (MOREIRA, 2002), sendo desenvolvida por meio de um estudo de caso com quatro professores de língua inglesa de três escolas da 17ª Coordenadoria de Educação. Os instrumentos utilizados são uma entrevista, um questionário e a escrita de uma autobiografia. A análise dos dados ocorre a partir da análise das práticas discursivas (SPINK, 2004). Para tanto, realiza-se um movimento de compreensão da constituição das políticas educacionais do Ensino Médio no Brasil e no Rio Grande do Sul buscando compreender como a interdisciplinaridade foi conceituada neste contexto. Após, produz-se uma reflexão teórica sobre o movimento da interdisciplinaridade a partir de diversos autores (JAPIASSU, 1976, FAZENDA, 1993, 2011, 2012, 2013; FRIGOTTO, 2001, 2012; JANTSCH e BIANCHETTI, 2001; SANTOMÉ, 1998; ZABALA, 2002; MORIN, 2002, 2011, 2014), tentando estabelecer sua relação com as reformas educacionais e com o trabalho do professor. Para finalizar, a pesquisa busca entender o que constitui os saberes docentes dos professores de língua inglesa e investiga como eles têm reconstruído seus saberes neste tensionamento provocado pelas reformas educacionais e pela guinada paradigmática da interdisciplinaridade. A partir do estudo de caso, foi possível identificar indícios de reconstruções dos saberes docentes dos professores de língua inglesa ao reconhecerem que as reformas do Ensino Médio modificam seu modo de ser professor. Assim, defende-se que a formação do professor ocorra em três dimensões: epistemológica (campo disciplinar), didático-pedagógica (o ensino desta disciplina e sua relação inter e entre as áreas de conhecimento) e sócio-histórica (a relação desta disciplina com o contexto social, político, histórico e econômico) em busca de sujeitos pesquisadores, intelectuais e capazes de pensar interdisciplinarmente.