Professores e tutores na educação a distância: perspectivas e desafios em uma universidade pública

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Autores

Schuster, Ivani

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A Tese analisa a Educação a Distância (EaD) em uma universidade pública do Rio Grande do Sul a partir da perspectiva de professores e tutores, compreendidos como atores centrais do processo educativo. Parte do pressuposto de que, quando organizada como política pública, a EaD pode democratizar o acesso ao ensino superior, especialmente para sujeitos que vivem distantes dos grandes centros. Para demonstrar isso, o estudo — de natureza aplicada, abordagem qualitativa e carácter descritivo-exploratório — articulou revisão bibliográfica e documental a um estudo de caso, desenvolvido com questionários online respondidos por 19 professores e 15 tutores, cujas respostas abertas foram submetidas à análise temática. O referencial teórico-metodológico afasta a ideia de EaD seja vista como mera solução técnica ou versão empobrecida do presencial e a insere em um projeto de educação nacional que requer estrutura institucional, políticas de formação e valorização, uso de plataformas síncronas e assíncronas e, sobretudo, atuação crítica dos profissionais. Nesse contexto, professores e tutores são entendidos como atores políticos e culturais: mediam conteúdos, tecnologias e metodologias, constroem comunidades de aprendizagem e precisam ler criticamente os sentidos atribuídos à modalidade. Assim, mais do que “fazer a plataforma funcionar”, trata-se de avaliar continuamente processos, intenções e resultados. Os dados evidenciam que esses profissionais exercem funções pedagógicas, metodológicas e tecnológicas, promovendo mediação ativa, acompanhamento sistemático dos estudantes e avaliação formativa e colaborativa. Destacamse como condições essenciais: formação continuada, trabalho em rede, mediação próxima e estímulo ao pertencimento e ao protagonismo discente. Contudo, emergem tensões entre o que desejam (inclusão, flexibilidade, inovação) e o que vivenciam (sobrecarga, falta de suporte, necessidade de ampliar infraestrutura). Daí a crítica central: a EaD só cumprirá sua função social — reduzir desigualdades regionais e sociais e formar cidadania crítica, participativa e inclusiva — se for acompanhada de investimento público e planejamento institucional que reconheçam a complexidade do trabalho docente e tutorial. Conclui-se que EaD deve ser tratada como modalidade autônoma e dinâmica, capaz de impulsionar práticas pedagógicas baseadas em interação, colaboração e protagonismo discente. Por isso, participantes da pesquisa propõem substituir “Educação a Distância” por “Aprendizagem em Rede”, por representá-la de forma mais coerente com a lógica conectiva, colaborativa e descentralizada da produção de conhecimentos em múltiplos tempos e espaços.

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142 f.

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