Indutores de resistência e zona de escape no controle de doenças foliares da aveia na garantia de produtividade satisfatória com segurança alimentar
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Data
2025-02-04
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Resumo
O crescimento de uma população cada vez mais exigente por alimentos com elevada qualidade nutricional e de propriedades bioativas vem alavancando o consumo de aveia (Avena sativa L.). Estes fatores vêm contribuindo para o aumento da demanda do produto e consequentemente avanços significativos na área cultivada. Por outro lado, o avanço na área de produção, traz como consequência, maior incidência e pressão de doenças fúngicas sobre a espécie, causando significativos danos na produtividade e qualidade de grãos. Dentre as principais doenças, recebem destaque a ferrugem da folha (Puccinia coronata f. sp avenae) e a helmintosporiose (Drechslera avenae (Eidam) Sarif). Destaca-se que para estas doenças, não há cultivares com resistência genética efetiva, sendo o uso de agrotóxicos a alternativa mais eficiente de controle, garantindo retorno econômico ao agricultor. Por outro lado, a utilização destes químicos vem trazendo severos danos à saúde humana e ao ambiente, exigindo a necessidade de desenvolvimento de alternativas mais sustentáveis que possam reduzir e/ou evitar a incidência e severidade de doenças em aveia restringindo o uso de agrotóxicos. Nesta perspectiva, a antecipação da semeadura fora da janela de recomendação, pode proporcionar no estádio de elongação e início de enchimento de grãos temperaturas mais amenas, condicionando um controle natural por zona de escape ou de maior restrição ao desenvolvimento dos patógenos. Aliado a isso, a utilização de elementos indutores de resistência capazes de ativar respostas de defesa em plantas, pode gerar uma relação de maior incompatibilidade entre a planta e o patógeno. Portanto, o objetivo do estudo é o desenvolvimento de um manejo para redução e/ou ausência de fungicida na cultura da aveia por zona de escape as doenças foliares pela temperatura do ar junto ao emprego de indutor de resistência silicato de potássio aplicado via foliar, em condições reais de cultivo, considerando a interação ambiente-patógeno-hospedeiro. Esta pesquisa foi desenvolvida em três etapas, sendo a primeira referente a uma revisão de literatura sobre a possibilidade de avanços em processos mais sustentáveis de produção de aveia, a partir do uso de uma zona de escape as doenças e indutores de resistência. Após, foi desenvolvido um estudo a partir de um banco de dados meteorológicos, onde foi possível a partir de um decênio, aliar as características que pudessem identificar uma zona de escape teórica ao cultivo da aveia. Por fim, foi realizado um estudo a campo envolvendo diferentes condições de aplicação de indutor de resistência e fungicida, junto a diferentes épocas de semeadura na perspectiva de validar uma zona de escape, buscando um manejo mais sustentável de controle de doenças foliares da aveia. Neste, o estudo foi desenvolvido em 2021 e 2022 no município de Augusto Pestana, RS, Brasil, sendo conduzidos dois experimentos em delineamento experimental de blocos casualizados com quatro repetições, num esquema fatorial 4 x 6, para quatro épocas de semeadura de aveia (15 de abril, 01 de maio, 15 de maio e 01 de junho) e seis condições de manejo de doenças, com o uso de doses de indutor de resistência (0; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0) (sem fungicida) e aplicação de fungicida (sem uso de indutor de resistência). No experimento 1, as aplicações das doses de indutor de resistência e fungicida foram realizadas em quatro momentos, aos 60, 75, 90 e 105 dias após a emergência, de forma cumulativa. No experimento 2, as aplicações foram realizadas em apenas dois momentos, aos 90 e 105 dias após a emergência, também de forma cumulativa. Destaca-se em 2022 a incorporação de mais uma época de semeadura que se estendeu para 15 de junho, configurando 5 épocas de semeadura. Os resultados obtidos nos diferentes cenários mostram avanços significativos a partir da utilização de um manejo por zona de escape e indutor de resistência, gerando subsídios para o desenvolvimento de processos mais sustentáveis de cultivo da aveia pela redução de agrotóxicos na microrregião de Ijuí, RS, região destaque na produção de aveia no Brasil.
Descrição
58 f.
Palavras-chave
Avena sativa L., Zoneamento, Silicato de potássio, Agricultura sustentável