Saúde sexual e saúde reprodutiva
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Data
2018-10-01
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Resumo
A atenção em saúde sexual e em saúde reprodutiva é uma das áreas de atuação
prioritárias da Atenção Básica à saúde. Deve ser ofertada observando-se como
princípio o respeito aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos.
Desenvolver esse trabalho não é tarefa simples, tendo em vista a alta
complexidade que envolve o cuidado dos indivíduos e famílias inseridos em contextos
diversos, onde é imprescindível realizar abordagens que considerem os aspectos
sociais, econômicos, ambientais, culturais, entre outros, como condicionantes e/ou
determinantes da situação de saúde.
Isso exige uma nova postura e qualificação profissional, com enfoque não só
para o indivíduo, mas também para a família e a comunidade, lembrando que, no
contexto atual, as famílias assumem diferentes conformações, não apenas aquela de
grupo nuclear específico, formado por pai, mãe e filhos. Além disso, é importante
compreender a família também como um espaço emocional e social, onde podem
se reproduzir as mais diversas formas de relações da sociedade.
Contextualizando a priorização da saúde sexual e da saúde reprodutiva na
Atenção Básica, vale ressaltar que entre os oito Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio definidos na Conferência do Milênio, realizada pela Organização das
Nações Unidas (ONU) em setembro de 2000, quatro possuem relação direta com
a saúde sexual e com a saúde reprodutiva: a promoção da igualdade entre os sexos
e a autonomia das mulheres; a melhoria da saúde materna; o combate ao HIV/Aids,
malária e outras doenças; e a redução da mortalidade infantil.
No Brasil, o Pacto pela Saúde, firmado entre os gestores do Sistema Único
de Saúde (SUS), a partir de 2006, também inclui, entre as suas prioridades, algumas
que possuem pontos de correlação com a saúde sexual e com a saúde reprodutiva:
redução da mortalidade infantil e materna, controle do câncer de colo de útero e da
mama, saúde do idoso, promoção da saúde e o fortalecimento da Atenção Básica.
Em 2007, o Ministério da Saúde elaborou o Programa Mais Saúde: Direito de Todos,
no qual uma das medidas propostas é a expansão das ações de planejamento familiar.
A atenção em planejamento familiar implica não só a oferta de métodos e
técnicas para a concepção e a anticoncepção, mas também a oferta de informações
e acompanhamento, num contexto de escolha livre e informada.
Observa-se, no entanto, que as ações voltadas para a saúde sexual e a saúde
reprodutiva, em sua maioria, têm sido focadas mais na saúde reprodutiva, tendo
CADERNOS DE
ATENÇÃO BÁSICA
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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Atenção Básica
como alvo a mulher adulta, com poucas iniciativas para o envolvimento dos homens.
E, mesmo nas ações direcionadas para as mulheres, predominam aquelas voltadas
ao ciclo gravídico-puerperal e à prevenção do câncer de colo de útero e de mama.
É preciso ampliar a abordagem para outras dimensões que contemplem a
saúde sexual em diferentes momentos do ciclo de vida e também para promover o
efetivo envolvimento e corresponsabilidade dos homens.
Em geral, os profissionais de saúde sentem dificuldades de abordar os aspectos
relacionados à saúde sexual. Trata-se de uma questão que levanta polêmicas, na
medida em que a compreensão da sexualidade está muito marcada por preconceitos
e tabus.
O Caderno de Atenção Básica – Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva buscou
abordar a saúde sexual como essencial para a qualidade de vida e de saúde das
pessoas e o papel fundamental que as equipes de Atenção Básica/Saúde da Família
têm na promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva.
Ressalta-se, ainda, que o Ministério da Saúde vem atuando em diversas frentes
para assegurar que as políticas de saúde estejam em consonância com as diretrizes
de promoção da igualdade racial, étnica, de gênero, de geração e de orientação
sexual. Na perspectiva de enfrentamento a toda forma de discriminação, muitas ações
afirmativas vêm se desenvolvendo no sentido de buscar concretizar o princípio da
equidade no SUS. Nesse sentido, este Caderno também apresenta uma abordagem
específica para alguns grupos populacionais.
Esta publicação tem a finalidade de oferecer orientações técnicas para a atuação
dos profissionais da Atenção Básica na atenção à saúde sexual e à saúde reprodutiva,
tendo por princípio a abordagem integral e a promoção dos direitos humanos, entre
os quais se incluem os direitos sexuais e os direitos reprodutivos.
Descrição
302 p.
Palavras-chave
Ciências da saúde, Saúde sexual, Saúde reprodutiva, Educação sexual, Políticas públicas em saúde