Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação Física em Rede Nacional – PROEF - Mestrado
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Navegando Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação Física em Rede Nacional – PROEF - Mestrado por Assunto "Educação física"
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Item Educação física na educação infantil: jogos motores em diferentes espaços(2025-02-04) Brigo, TchiagoO que realmente me encanta como professor é a alegria da criançada em ver que vai começar a aula de Educação Física. Brincar, jogar, cair, levantar. O tempo parece que voa. As crianças indagam: – já está na hora de ir? Percebemos que a maioria delas tem vontade de ir à escola e de expressar-se corporalmente nas inúmeras aventuras que acontecem em aula. Esse cenário demonstra que práticas pedagógicas pensadas a partir do interesse das crianças contribui imensamente no processo de ensino-aprendizagem. O anseio desta pesquisa surgiu como reflexão sobre a Educação Física na Educação Infantil, as mediações pedagógicas dos jogos motores e os espaços destinados às crianças nas escolas, buscando entender como esses fatores podem contribuir para o desenvolvimento corporal das crianças. Este estudo foi caracterizado como qualitativo descritivo, um estudo de campo, tendo como centralidade do trabalho planejar, desenvolver e avaliar as decorrências de uma Unidade Didática dos jogos motores por meio de mediações pedagógicas em diferentes espaços (na quadra, no gramado, na areia e na sala) no contexto da Educação Física na Educação Infantil. A organização das competências e habilidades desenvolvidas durante as aulas pautaram-se em González e Schwengber (2012), Neira (2016), Brasil (2018) e González e Borges (2020). Os dados foram construídos por meio de um diário de campo, registrando observações a partir das situações vivenciadas durante as aulas. Para análise e interpretação das informações foi considerada a dimensão do desenvolvimento infantil em determinadas práticas sociais vivendo relações em contexto físico e sociocultural, apresentado por Neto (2004). Os resultados da pesquisa mostram que ao conceber o desenvolvimento corporal da criança de maneira global, as situações experenciadas por elas durante as aulas favorecem sua participação nos jogos motores, compreendendo a funcionalidade objetiva de cada atividade, contribuem na construção de valores para a convivência em sociedade, como respeito e cooperação, e possibilitam o protagonismo infantil, ao incentivar a superação de constantes desafios, colaborando com o desenvolvimento das habilidades motoras básicas de locomoção, manipulativas e de equilíbrio. O preparo de diferentes espaços para realização de tarefas pedagógicas é fator relevante para o desenvolvimento corporal das crianças. Na quadra, as tarefas mais interessantes são as que têm elevado nível de deslocamento, contribuindo para o desenvolvimento da agilidade e da velocidade das crianças. No gramado, percebemos que situações voltadas para o contato com a natureza e atividades ao ar livre permitem desenvolver a noção espaço-temporal. Na areia, as atividades podem desenvolver atributos como força muscular, equilíbrio e criatividade. Na sala, notamos que atividades voltadas para o desenvolvimento do foco e concentração funcionam muito bem, reforçando as habilidades de coordenação motora fina e coordenação óculo-manual. Também percebemos que as crianças constroem distintos significados para cada espaço de interação. Os ambientes internos (quadra e sala) são identificados para rotinas de tarefas e organização de atividades, enquanto os ambientes externos (areia e gramado) são identificados como espaços de contato com a natureza e interações relacionais. Nesse panorama, o professor é peça fundamental para a aprendizagem, necessitando um olhar atento no processo de preparar, planejar e avaliar as decorrências de ensino. O diálogo, a demonstração, os exemplos e as intervenções durante as práticas, foram elencados como mediações pedagógicas que favorecem o vínculo entre professor-criança. Parece essencial, portanto, observar as necessidades e interesses das crianças na Educação Física infantil, propondo situações de desenvolvimento corporal que contribuam no processo formativo e que atendam aos seus direitos de aprendizagem.Item Sexualidades, gênero e a educação física escolar: do silenciamento ao lugar de fala em uma produção audiovisual(2025-02-04) Zuanazzi, Paula MayaraOs temas ligados a gênero e sexualidades ainda são um tabu social, revestidos por silenciamento e violências. A escola e a própria Educação Física, inseridos nesta sociedade, têm sido reprodutores destas violências, e, por se tratarem de espaços em que a frequência é obrigatória, são consideradas por muitos como um ambiente hostil, como por exemplo, aos LGBTQ+. Frente a isso, este estudo se propõe a analisar as experiências de estudantes LGBTQ+ em seus processos de escolarização no contexto das aulas de Educação Física Escolar, bem como apresentar os resultados aqui obtidos em um documentário para o enfrentamento das questões que envolvem a inclusão de LGBTQ+ na escola. Para isso, utilizamos de uma entrevista semiestruturada. A população desta pesquisa foi composta por sujeitos cujas orientações sexuais ou identidades de gênero são LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e/ou Transexuais, Queer e apoiadores). A amostra foi composta por onze sujeitos, sendo três mulheres cisgênero, destas, uma lésbica e duas bissexuais; três homens cisgênero, destes dois gays e um bissexual; um homem cujo gênero e orientação sexual é queer; uma mulher transexual cuja orientação sexual é bissexual e um homem transsexual com orientação sexual é não definida; também duas mulheres cisgênero, mães de um homem e uma mulher transsexuais. A partir da análise qualitativas dos dados verificamos que os sujeitos LGBTQ+ passam por diversas situações de segregação no espaço escolar, incluindo violências psicológicas, físicas e morais, o que leva a uma dificuldade de sentirem-se pertencentes a este espaço, bem como de permanecer nele tendo sucesso em sua vida escolar. Ainda, em relação às aulas de Educação Física, os sujeitos descrevem como o espaço mais difícil para se estar e um local em que muitas violências ocorrem de forma naturalizada, sem interferências dos docentes. Esta dificuldade de acesso às práticas corporais ocorre na escola e se repete na vida fora dela também, uma vez que os sujeitos relataram que não se sentem seguros nem aptos a participar de práticas corporais em seus momentos de lazer. Frente aos dados encontrados, ponderamos a necessidade de ampliar as discussões sobre gênero e sexualidades no espaço escolar, bem como promover ações de formação continuada aos profissionais da educação, visando a construir uma escola mais inclusiva e acolhedora às diferenças.