Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação Física em Rede Nacional – PROEF - Mestrado
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Item Olimpíadas escolares no município de Ijuí/RS: uma prática pedagógica ressignificada na perspectiva da formação humana(Ijuí :, 2021-04-28) Bigolin, ÁureaO objetivo desta dissertação foi compreender as sentidos e significados desencadeados nos professores e alunos a partir de uma proposta pedagógica ressignificada das Olimpíadas Escolares de Ijuí/RS, em uma perspectiva de formação humana, a partir das práticas corporais de futsal na grama e de aventura na natureza, ambas integradas ao processo formativo escolar. É uma pesquisa descritiva com delineamento de estudo de campo, de abordagem qualitativa, cujos sujeitos são alunos de 8º e 9º ano do ensino fundamental e professores de educação física de escolas municipais de Ijuí, que participaram das Olimpíadas Escolares - edição 2019, nas modalidades de futsal na grama e práticas corporais de aventura na natureza. As Olimpíadas Escolares são organizadas e realizadas anualmente pela Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo de Ijuí/RS, coordenada por 03 professores de educação física nomeados, e com a colaboração dos demais professores de educação física das redes públicas municipais e estaduais deste município que atuam diretamente nas escolas. Os dados foram coletados através de entrevistas, observações, diário de campo, registros fotográficos e filmagens. Os resultados obtidos com os sujeitos desta investigação evidenciaram a importância de se dar oportunidade de participação a todos os alunos em competições escolares como parte do processo de aprendizagem constituído ao longo das aulas de educação física. Foi possível também ter uma visão do que alunos e professores pensam e sentem a respeito das oportunidades de vivência de práticas corporais que não tenham como o único objetivo a competição, utilizando-a como uma excelente possibilidade didático-pedagógica para a educação e formação humana. A maioria dos entrevistados verbalizou durante a pesquisa que as Olimpíadas Escolares dão oportunidade para que todos os alunos possam participar independente de suas capacidades e habilidades motoras, produzindo sentidos e significados positivos com relação à oportunidade de participação, valorização, integração, cooperação, respeito às diferenças, empoderamento, bem estar e satisfação pessoal; aspectos importantes para a constituição de seres humanos cada vez “mais humanos”. Assim, o grande desafio nas competições estudantis, é construir um formato que se desvincule, o quanto for possível, de um modelo institucionalizado, visando fomentar os efeitos positivos e evitar os efeitos negativos que a competição pode gerar em crianças e jovens, e aumentar a participação dos alunos numa gama maior de práticas corporais presentes no contexto escolar e na sociedade.Item Vai ter campeonato de novo? Limites e possibilidades de uma proposta pedagógica para o ensino do futsal na educação física escolar a partir do Sport Education Model(2021-04-29) Lopes, Fabiano SchulzO objetivo deste estudo foi planejar, desenvolver e analisar uma proposta de ensino para o futsal, abordando os saberes corporais, conhecimentos conceituais (técnicos e críticos) e saberes atitudinais, a partir dos pressupostos do Sport Education Model. A revisão bibliográfica estruturou-se de forma a ilustrar como o processo de ensino e aprendizagem de um determinado conteúdo de um componente curricular está vinculado aos objetivos da instituição escolar. Para tanto, tratou-se de abordar as funções sociais da escola, o papel da educação física e o lugar do esporte enquanto conteúdo escolar nesse cenário. Para o desenvolvimento do estudo, foi utilizado o método de pesquisa intervenção pedagógica, em que uma unidade didática de futsal ancorada nos pressupostos do Sport Education Model foi desenvolvida durante trinta e duas aulas ao longo de dezesseis encontros com uma turma de oitavo ano de uma escola municipal da cidade de Novo Hamburgo/RS. A produção dos dados foi realizada através de três instrumentos: observação das aulas pelo professor- pesquisador; registro das percepções dos discentes no caderno da disciplina; narrativa docente do professor-pesquisador. Os resultados obtidos foram discutidos a partir de três categorias: percepções dos agentes envolvidos na pesquisa acerca das características do Sport Education Model; vantagens e limites do Sport Education Model para o processo de ensino e aprendizagem dos diversos saberes do futsal; reflexões e possibilidades de reformulações do Sport Education Model a partir dos achados da pesquisa. Os resultados sugerem que o Sport Education Model é uma proposta pedagógica diferente daquelas com as quais os alunos estavam acostumados. Também foi observado que a possibilidade de atuarem em outros papéis além de jogadores durante as aulas, como árbitros, assessores de imprensa e observadores de atitudes, foi extremamente valorizada tanto pelos alunos como pelo professor pesquisador. Outra característica percebida como relevante pelos agentes envolvidos na pesquisa foi a competição formal. A partir desse formato, constatou-se um maior envolvimento, participação e motivação dos alunos menos habilidosos durante os jogos. Em relação às vantagens pedagógicas do Sport Education Model para o ensino do futsal, constatou-se que uma única unidade didática não foi suficiente para melhorar significativamente o desempenho técnico-tático dos alunos. Além disso, os problemas de equidade mediante as discrepâncias de participação nos jogos em virtude principalmente das questões de gênero também não foram superados. Sendo assim, as sugestões encaminhadas com o intuito de amplificar o potencial pedagógico do Sport Education Model apontam fundamentalmente para uma maior atenção à característica filiação. Os resultados da pesquisa sugerem que alguns problemas de ordem atitudinal podem ser mais deletérios ao processo de ensino e aprendizagem do futsal do que propriamente as dificuldades técnico-táticas dos alunos. Portanto, um investimento maior em momentos onde os alunos tenham a possibilidade de discutir acerca das dificuldades nos jogos e autonomia para encaminhar possíveis soluções pode contribuir para a aprendizagem de todas as dimensões dos saberes do futsal ou de outra prática corporal.Item Avaliação em educação física em uma perspectiva emancipatória: proposta para o ensino médio integrado à educação profissional(2021-04-29) Ferrari, EderA avaliação ou o processo avaliativo na Educação Física escolar, é um assunto complexo, da qual sua prática nem sempre considera a necessidade de valorizar e favorecer a construção da autonomia/emancipação do educando. Dessa forma, com o intuito de tonar visível outras formas de avaliar que não sejam restritas e coercitivas e que contemplem as dimensões de conteúdo da escola/vida, em especial na cultura corporal de movimento, em sua manifestação esportiva mais difundida no Brasil, o futebol/futsal, buscamos com este estudo analisar o processo de construção colaborativa de uma avaliação em uma perspectiva emancipatória nas aulas de Educação Física em uma turma do primeiro ano do Ensino Médio Integrado do IFSC, propondo um modelo avaliativo em forma de tecnologia da informação e comunicação. Para tanto, essa pesquisa se caracterizou por um trabalho de cunho qualitativo a partir de estudo exploratório. Como técnica para produção dos dados utilizamos um questionário inicial, diagnóstico, com 12 perguntas abertas, um questionário final com o acréscimo de uma pergunta e um diário de campo para anotações descritivas e reflexivas das aulas no Ensino Médio. A amostra foi composta por 26 alunos/as de uma turma do 1o ano do ensino médio do IFSC – Chapecó. Com base no trabalho de campo, nas respostas aos questionários e achados no diário de campo, emergiram três categorias para análise, “A investigação do universo perceptivo dos/as estudantes sobre a avaliação em EF no IFSC”, “Relatório da construção e o desenvolvimento da proposta didático-pedagógica no ensino dos esportes” e “Novo entendimento dos/as alunos/as sobre a avaliação. Nos orientamos por uma abordagem crítica e emancipatória do conhecimento, por meio da compreensão da avaliação como um processo que desenvolve a autonomia e que entenda o processo ensino- aprendizagem como participativo e de corresponsabilidade. Foi possível perceber que houve mudanças no entendimento do significado de avaliação para os/as alunos/as, que a coavaliação auxilia no processo de aprendizagem e a corresponsabilidade juntamente com a construção coletiva produzem aprendizagens mais sólidas e emancipatórias. Percebeu-se também mudanças no fazer docente do professor, que se tornou mais problematizador/questionador, preparando melhor as suas aulas, e instigando os/as alunos a desempenharem um papel ativo no processo. A expectativa com esta investigação foi, a partir da relação entre as obras bibliográficas e os dados produzidos, desenvolver uma proposta didático-pedagógica de avaliação em uma perspectiva emancipatória que pudesse ser usada em forma de matriz avaliativa impressa e/ou online, em forma de site. Dessa forma, os materiais elaborados tiveram como propósito sistematizar algumas práticas avaliativas. Espera-se que estas possam subsidiar os/as professores no processo de tomada de decisão, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem nas aulas de Educação Física, em especial no ensino dos esportes de invasão.Item Corpos, gêneros e diferenças: a literatura brasileira enquanto recurso didático-pedagógico nas aulas de educação física infantil(2021-04-29) Ceratti, Viviane da Silva DiasAs temáticas acerca dos Gêneros e das Diferenças no universo da escola, convivem com uma certa cultura do silêncio, e com inúmeras formas de preconceito. No que se refere as práticas pedagógicas, o que se percebe é uma fragilidade docente articulada muitas vezes com a exclusão destas temáticas das propostas de ensino. Este estudo vem evidenciar a problematização dos temas que circundam em torno dos corpos, dos gêneros, e das diferenças nas aulas de Educação Física na Educação Infantil, em uma escola pública do Município de Ijuí, RS. Compartilhando experiências, e apresentando uma proposta de unidade didático-pedagógica pensada a partir da utilização da Literatura Brasileira, e de obras do acervo do PNLD 2018 (Programa Nacional do Livro Didático) e PNBE 2005 (Programa Nacional Biblioteca na Escola), com vistas a reflexão de valores e a transformação da cultura de preconceitos, e na interlocução entre o saber sobre o fazer e o saber fazer nas aulas de Educação Física. Na intenção de atender os objetivos do estudo, apontamos esta pesquisa como aplicada, de abordagem colaborativa, compreendendo que todas as ações pedagógicas foram fundamentadas nas relações do cotidiano, do diálogo, do encontro e da escuta com as crianças pré-escolares, usando como instrumentos de produção e análise de dados, ficha de Mapeamento sistemático de literaturas e Diários de Bordo. Verificou-se durante o estudo e o desenvolvimento das práticas pedagógicas, gradativas mudanças de atitudes das crianças em relação as temáticas do estudo, no que tange as relações entre estas, seus corpos, gêneros e diferenças, demonstrando que trazer tais temas para reflexão, conhecimento e debate, favorece aos sujeitos infantes contextos significativos para a construção de valores em relação a si e ao próximo. Além disso, o estudo demonstra a relevância do uso do artefato da literatura nas aulas de Educação Física, pois promove práticas pedagógicas que fundamentam ações na perspectiva da tematização da cultura corporal de movimento no contexto da Educação Infantil.Item A reconfiguração do sentido da educação física de uma comunidade escolar: uma experiência de planejamento curricular colaborativo(2021-04-29) Lechner, Caroline FabianeA Educação Física escolar brasileira tem passado em seu contexto histórico, por um processo de transformação, marcado, principalmente, pelo Movimento Renovador. Esse movimento incitou mudanças significativas que trouxeram a necessidade de pensar a Educação Física como um espaço pedagógico, comprometido com os propósitos da escola. Isso coloca vários desafios, dentre eles, a dificuldade que a área possui em produzir e sistematizar conhecimentos relevantes, para sustentar a Educação Física na concepção de disciplina escolar e enfrentar a falta de reconhecimento da importância dos saberes específicos a serem ensinados. Considerando esse cenário, a pergunta que orientou minha pesquisa foi: que elementos presentes ao longo de uma experiência coletiva de planejamento e validação curricular, podem colaborar para a potencialização da reconfiguração do sentido da Educação Física em uma comunidade escolar? Desse modo, objetivou-se analisar a possibilidade da reconfiguração do sentido da Educação Física em uma comunidade escolar, a partir de uma experiência coletiva de planejamento e validação curricular, com participantes de um grupo de estudo colaborativo. Para essa finalidade, trabalhou-se metodologicamente com a pesquisa-ação, com duas professoras atuantes nos Anos Finais do Ensino Fundamental, uma diretora e um coordenador pedagógico, de uma escola da rede municipal de ensino, do interior do estado do Rio Grande do Sul. Pesquisadora e participantes constituíram o Grupo de Estudo, abordando temas que perpassam a Educação Física escolar, numa perspectiva reflexiva e colaborativa de construção do conhecimento, na tentativa de criar condições e oferecer elementos para o reconhecimento da especificidade do componente curricular junto à instituição escolar e de construir um projeto curricular de Educação Física para esta escola. No período de julho a dezembro do ano de 2019, foram realizados 10 encontros de estudo. As técnicas e procedimentos utilizados para a análise de dados foram: a entrevista, o diário de campo, grupo de estudo colaborativo, gravação dos diálogos do grupo de estudo colaborativo e grupo focal. A partir da leitura e descrição de cada encontro, os aspectos mais relevantes em relação aos temas abordados foram categorizados dentro dos seguintes eixos de análise: (a) concepções iniciais, (b) novos sentidos, (c) o planejamento curricular, (d) processo de validação. No que concerne às “concepções iniciais”, as análises evidenciam que, de maneira geral, todos os participantes expressam dificuldades para reconhecer o que se ensina e se aprende nas aulas de Educação Física, assim como sua contribuição para a formação do aluno. Além disso, as análises indicam a atribuição de alguns mantras, por parte dos participantes, como principal responsabilidade da disciplina no contexto escolar, são eles: atividade física, saúde e qualidade de vida; socialização e aquisição de valores humanos e o ensino de diferentes modalidades esportivas. A partir do estudo dos temas abordados no decorrer do processo de planejamento curricular colaborativo, “novos sentidos”, sinalizados pelos participantes, indicam a aparição de novos elementos nas formas de compreender e interpretar a disciplina, coerentes com o papel do componente junto à instituição escolar atualmente. No que se refere ao “planejamento curricular”, a análise da sistematização/textualização dos instrumentos utilizados neste processo, revela que estes foram essenciais na transformação das concepções, pois viabilizaram momentos/situações/condições que deram abertura para a possibilidade de discussão e reflexão dos temas abordados e relevantes para a pesquisa. O “processo de validação” consistiu na apresentação do que foi construído para pessoas além do grupo da pesquisa-ação, dando a elas, minimamente a possibilidade de compreender e se apropriar de uma concepção de Educação Física renovada. Percebeu-se que alguns aspectos da perspectiva da pesquisa-ação colaborativa, foram fundamentais para o surgimento de elementos que potencializaram a reconfiguração do sentido da Educação Física, dentre eles destacaram-se: a configuração e o encaminhamento do planejamento curricular coletivo (sequência dos temas, estratégias, procedimentos), o estudo de temas relacionados à disciplina, os instrumentos utilizados nos encontros, a participação de pessoas “de fora” da Educação Física e o processo de validação. A reconfiguração do sentido atribuído à disciplina se deu, à medida que o reconhecimento dos saberes específicos, o planejamento e a sistematização do componente avançaram e foram notados dentro da escola.Item “Para explicar as coisas”: as representações dos alunos do ensino fundamental II quanto ao uso dos cadernos didáticos de educação física(2021-04-29) Pinno, Cristiano RafaelSuperar a dicotomia teoria e prática ainda é um grande desafio para professores de Educação Física. Compreender, bem como fazer gestores e alunos entender, o uso de textos escritos, livros, cadernos didáticos e apostilas como parte dos processos de ensino e aprendizagem deste componente curricular, é ainda mais desafiador para esses professores. Esta investigação surge, justamente, de indagações provenientes da relação que se estabeleceu na docência em escola pública e o uso das apostilas e cadernos didáticos que se construiu ao longo dessa trajetória. Deste modo, o objetivo consistiu em compreender o uso e as percepções construídas pelos alunos em relação aos cadernos didáticos elaborados para o ensino da Educação Física do Ensino Fundamental II. Utilizou-se, para isso, uma abordagem qualitativa a partir da pesquisa do tipo intervenção pedagógica. O desenvolvimento partiu da elaboração e/ou qualificação de cadernos didáticos para os anos escolares envolvidos no processo. O período de aulas referente ao estudo correspondeu ao primeiro trimestre do ano letivo em uma escola pública de um município da região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados a partir do diário de campo, da análise de tarefas realizadas à distância pelos alunos e de quatro grupos focais considerando um grupo por ano de ensino. Para a análise das informações utilizou-se o software QSR NVivo Plus, versão 11 como auxílio à organização das informações, à triangulação das fontes e à análise de conteúdo. Os resultados foram analisados a partir de três perspectivas: as singularidades do caderno didático próprio; a perspectiva dos alunos em relação ao livro didático; e a quebra de paradigmas a partir de cadernos didáticos na Educação Física. Em relação ao primeiro item analisado, percebeu-se que a construção deste tipo de instrumento didático-pedagógico demanda o enfrentamento de concepções culturais sobre o componente curricular além do entendimento da inter-relação de diferentes fatores para o ensino e a aprendizagem. O enquadramento aos referenciais curriculares vigentes e o trato didático dos conteúdos foram os motes fundamentais desse processo. Quanto ao segundo item de análise, os relatos apontaram para um baixo aproveitamento dos livros didáticos na realidade estudada, todavia, a importância destes materiais para o ensino e a aprendizagem foi destacada, juntamente com o entendimento dos livros didáticos como portadores do saber escolar tanto para a aprendizagem dos alunos como para a organização do ensino pelos professores. No terceiro item da análise identificou-se as relações estabelecidas entre os alunos e os cadernos didáticos. Os alunos, após um período inicial de estranhamento, reconheceram neste material uma ferramenta de apoio importante para o ensino e para a aprendizagem dos conteúdos neste componente curricular.Item Educação física no ensino médio: enfoque crítico-emancipatório no planejamento do ensino dos esportes/Atletismo(2021-04-29) Umpierre, Eliane FerreiraA disciplina Educação Física enquanto componente curricular obrigatório da Educação Básica é orientada nas escolas da rede estadual de ensino pelas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica. No Ensino Médio, o processo de ensino e aprendizagem é fundamental para fomentar no aluno o senso crítico, cidadania e consciência política que permite sua inserção social no mundo do trabalho e posterior continuidade dos estudos. O enfoque crítico-emancipatório na Educação Física nos possibilita pensar que a especificidade da mesma na escola gira em torno do conhecimento acerca da cultura corporal de movimento, o que significa, do ponto de vista pedagógico, uma reflexão e compreensão ampla sobre a mesma para poder pensar o seu planejamento e organização. Esta perspectiva teórico-metodológica, além da compreensão e investigação acerca dos significados do se-movimentar humano, possibilita também refletir acerca das ferramentas necessárias para a promoção da ética, autonomia e consciência crítica. Neste contexto, o presente trabalho se constituiu em uma pesquisa-ação que visou construir uma Unidade Didática (UD) para a Educação Física (EF) no Ensino Médio (EM), tendo em vista a modalidade de Atletismo, uma vez que o mesmo não tem tanto reconhecimento nas escolas por fatores diversificados, e no sentido de despertar o interesse dos educandos como uma forma de desafio e superação de outras práticas que comumente vinham sendo aplicadas. Buscou compreender os fundamentos da perspectiva crítico-emancipatória propondo uma intervenção na escola, sob forma de pesquisa-ação, a partir de um trabalho planejado com um enfoque pedagógico que objetiva favorecer o universo de ampliação das experiências da cultura corporal dos educandos, tendo em vista o movimento humano, criando condições para a reflexão crítica em torno das conteúdos que envolvem as práticas corporais/atletismo e, principalmente, refletir sobre a importância do planejamento em uma perspectiva crítico-emancipatória. A opção por essa proposta se justifica devido à necessidade de construção e promoção de um planejamento de ensino com estratégias inovadoras, ativas e atrativas no EM que permitam ao aluno uma aprendizagem significativa e motivadora na qual o professor é mediador na construção do conhecimento.Item Educação física escolar e educação ambiental: o saber da experiência em uma unidade didática transdisciplinar de práticas corporais de aventura(2021-04-29) Lima, Jean Fortes deO presente estudo abordou as Práticas Corporais de Aventura na perspectiva da Educação Ambiental nas aulas de Educação Física. Buscou-se, no decorrer desta pesquisa, promover um diálogo entre a Educação Física, as Práticas Corporais de Aventura e a Educação Ambiental, a fim de responder os seguintes problemas de pesquisa: Qual o lugar do saber da experiência no âmbito das Práticas Corporais de Aventura? As Práticas Corporais de Aventura contribuem para a sensibilização ambiental dos educandos? O objetivo geral desse estudo refletiu acerca dos limites e possibilidades de uma unidade didática transdisciplinar de Práticas Corporais de Aventura desenvolvida nas aulas de Educação Física da turma dos Anos Finais do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal de Ensino do Município de Dois Irmãos das Missões/RS, analisando as experiências corporais induzidas por meio dessa temática e suas possíveis contribuições para a sensibilização ambiental dos educandos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo, classificada com base nos procedimentos técnicos utilizados como uma pesquisa- ação crítica. A pesquisa foi composta por sete (07) educandos de uma turma do 9o ano do Ensino Fundamental, sendo quatro (04) masculino e três (03) feminino, entre 14 e 18 anos de idade. A revisão da literatura procurou através de diferentes fontes (livros, artigos publicados em periódicos especializados das áreas, leis, diretrizes, parâmetros e bases curriculares) compreender assuntos referentes à Educação Física escolar, Práticas Corporais de Aventura e Educação Ambiental. Para a produção dos dados, foram desenvolvidas dez (10) aulas de Práticas Corporais de Aventura, tematizando o Trekking e o Slackline. Foi utilizado no desenvolvimento da unidade didática a metodologia do Aprendizado Sequencial, organizada por Joseph Cornell (2008b), a qual possui quatro fases que fluem de uma para a outra (despertar o entusiasmo, concentrar a atenção, experiência direta e compartilhar a inspiração). As análises das aulas foram realizadas através de um questionário semiaberto, anotações do diário de campo, registros fotográficos e através de um grupo focal que teve como intuito avaliar as aprendizagens, percepções e possíveis mudanças de concepções dos mesmos com relação às temáticas abordadas. Todos os dados produzidos foram submetidos à análise e interpretação para a identificação dos resultados em diferentes categorias. Os resultados desse estudo apontam para a importância da Educação Física enquanto uma disciplina educativa, capaz de contribuir de maneira efetiva para a sensibilização ambiental dos educandos pelas Práticas Corporais de Aventura, possibilitando situações de aprendizagem que proporcionam mudanças de atitudes que ajudam a modificar a relação dos mesmos com a natureza na perspectiva da Educação Ambiental, potencializando o desenvolvimento de um certo grau de consciência ambiental.Item Do mal-estar ao empoderamento: um estudo autoetnográfico na área da Educação física escolar(2021-07-23) Mensch, Deise IaraEste estudo inscreve-se no campo da Educação Física Escolar e do mal-estar docente. Trata-se de uma autoetnografia com pesquisa de campo. Defino como objetivo geral da pesquisa, a partir da constatação de um mal-estar e da impotência docente vivido no ambiente escolar, reconstruir-me enquanto professora, através da reflexão, autoavaliação e estudos abordados no Mestrado Profissional em Rede – PROEF. Problematizando a condição do mal-estar da prática docente, elegi a formação continuada como meio para o meu crescimento profissional e intelectual. Delineei como objetivos específicos, reconstruir uma proposta pedagógica para o componente curricular de Educação Física para o Ensino Fundamental II, da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Goulart (organizado em grupos nas formações continuadas da SMED); bem como, planejar e descrever, sob forma de pesquisa-ação, o processo de uma unidade didática para os alunos do 7o ano do Ensino Fundamental com o tema Lutas – Capoeira; e, por fim, e não menos importante, tensionar o meu mal-estar docente durante toda essa trajetória e os elementos que foram importantes para pôr-se a caminho do bem-estar docente. As análises ocorreram com base em minhas anotações nos cadernos de aulas, nos trabalhos realizados, nos extensos fichamentos de leituras, nas discussões realizadas em aula (tanto no PROEF como na escola). No transcorrer dessa dissertação fui relatando como o empoderamento foi se dando durante todo esse processo de “tratamento”, que englobou a formação continuada – possível através do envolvimento acadêmico no curso de Mestrado Profissional em Educação Física – PROEF – a nova organização curricular da escola e a visão da pesquisadora acerca do sentido da Educação Física Escolar. Nessa direção, foi fundamental que os documentos curriculares se conectassem com a prática docente, propiciando assumir a condição de protagonista do fazer docente, quebrando a barreira entre o “não mais” e o “ainda não” (GONZÁLEZ; FENSTERSEIFER, 2009). Concluo que sem o conhecimento, sem a formação continuada, mudanças em currículos não farão “milagres”, pois talvez o problema não seja apenas o currículo, e sim, se ele faz ou fará sentido para a atuação docente, questão ético-política que permeia este fazer e que demanda a condição de sujeito participante de sua elaboração e concretização.Item Desenhando a saúde na cultura corporal de movimento e dialogando além do currículo: protocolo e tecnologia mínima na educação física escolar(2021-07-23) Soares, Anderson Artur de SouzaO estudo é uma cartografia de foco qualitativo do ser discente no Mestrado Profissional de Educação Física em Rede (PROEF), UNIJUÍ/UNESP, com suas criações e sensibilidades do ser professor de Educação Física na região metropolitana de Porto Alegre – RS, com objetivo de criar uma ferramenta didática denominada protocolo dialógico da saúde na cultura corporal de movimento. Neste estudo há o encontro entre pistas cartográficas reais chamadas “devaneios orgânicos” com foto, ferramentas didáticas pedagógicas e diário pessoal criados durante o PROEF; e pistas cartográficas ficcionais chamadas de “pitangas” com casos, sensações e narrativas sem uma verdade, e sim um mergulho no imaginário para perceber e construir possíveis territórios que atravessam o sujeito docente. O diálogo da cartografia não se dá numa linearidade, ou ordenação entre primeiros e últimos, mas sobre temas que aprofundaram e conversaram constantemente entre as pitangas e devaneios orgânicos gerando novos temas, aprofundamentos ou novas pistas, conduzindo novos rumos. Neste caso o rumo tomado, desenhado, apresentou-se por um aprofundamento das estruturas institucionais, sistemas e a construções de sentidos sobre a cidade, a saúde, a educação, a Educação Física Ecológica e a busca de um protocolo dialógico. Nestes temas foram atravessados sobre o entendimento de uma complexidade (MORIN, 2004) e ação ecológica (BETTI; GOMES-DA-SILVA, 2019; GUATTARI, 2007; LÉVY, 1993; MORIN, 2004) sempre redesenhando um modo de captar e conectar as partes num processo rizomático (DELEUZE; GUATTARI, 2000, 2000a, 2000b, 2011, 2012a, 2012b) e dialógico (FREIRE, 1994, 2006). A cidade foi aprofundada condição de pós-modernidade (BAUMAN, 2011, 2013), as identidades e a construção do seu território metropolitano. A saúde foi aprofundada na sua conceituação internacional pela Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS, 2018), sua aparição nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ITAMARATY, 2016), sua existência nacional com a legalidade a partir do processo democrático e as informações sobre a saúde dos escolares pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016). Ainda para a saúde, houvera dois levantamentos de estudos da CAPES de acesso CAFE dentre 2014 a 2019 (“protocolo” AND “saúde” AND “criança e adolescente”; “protocolo” AND “Educação Física”), para identificar temáticas e criar tipologias pertinentes para a prática docente e de atenção sobre o que se tem pesquisado. Sobre a educação houve reflexão sobre seus conceitos a partir Fórum de Economia Mundial da educação “4.0” na sociedade “VUCA”, o caminho da educação na cibercultura, o perigo da frente “Escola sem Partido”, apresentação da escola como espaço público, republicano e democrático, as estruturas da educação nacional entre leis, documentos, metas e mecanismos. Na Educação Física Ecológica, foi refletido e construído o conhecimento da cultura corporal de movimento (BETTI, 2009; BRACHT, 2019; BRASIL, 1997, 2018), os temas legitimadores (BRACHT, 2019), uma Educação Física Ecológica entre o sentir, perceber e agir no individual, social e ambiental (BETTI; GOMES-DA-SILVA, 2019), o espaço e da Educação Física curricular e extracurricular. No protocolo dialógico foram revividos temas e conceitos estudados junto da criação de uma diretriz e desenho que converse e favoreça o cuidado com a saúde na cultura corporal de movimento, interligando o que na cartografia foi apresentada. A cartografia é maior que este produto, pois nela há um caminho diverso e sem fidelidade ao inicial, com uma exploração maior da subjetividade, mas graças a esta possibilidade foi possível construir tal produto: Protocolo Dialógico para Saúde na Cultura Corporal de Movimento.Item Educação física na educação infantil: uma proposta de planejamento na perspectiva do movimento humano(2021-07-23) Gonçalves, Mara Simone de OliveiraAs crianças são de certa forma, uma grande preocupação para diferentes áreas do conhecimento na contemporaneidade. E entre as quais a Educação Infantil e a Educação Física escolar enquanto disciplina curricular, começa cada vez mais a participar ativamente desse universo, a partir de uma prática pedagógica sistematizada. A presente pesquisa teve como objetivo compreender a função educacional e social da Educação Infantil a partir da Educação Física escolar, bem como apresentar uma proposta de aprendizagem pautada em uma metodologia de ensino baseada na concepção que denominamos de “pedagogia crítico- emancipatória”. E isso visando, a compreensão e produção do conhecimento de conceitos, a partir de uma proposta de planejamento na perspectiva do movimento humano, para auxiliar o professor de Educação Física na Educação Infantil a elaborar suas aulas. A presente dissertação é uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo, que através da análise dos documentos oficiais/legais Referencial Curricular Nacional Educação Infantil (1998); Diretrizes Curriculares Nacionais Educação Infantil (2010); Base Nacional Comum Curricular (2017), juntamente com um referencial teórico, buscou-se a fundamentação necessária para a elaboração de uma proposta de planejamento de uma matriz curricular, em que se finaliza com a construção de um projeto de aprendizagem. Sendo assim, se procurou através da pesquisa, unificar os conteúdos da Educação Física com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, apresentados no campo de experiência, Corpo, Gesto e Movimento da BNCC. Portanto, neste caminho apresentar a aproximação do movimento humano com um planejamento através de um projeto de aprendizagem. Para tanto colaborar no planejamento autoral do professor, pois planejar é uma tarefa trabalhosa, mas poupa esforço, tempo e energia e traz reconhecimento e satisfação na atividade profissional. Também ajudar o professor a ter subsídios para compreender o currículo da Educação Infantil, que está pautado nas interações e brincadeiras, em que o cuidar e o educar são indissociáveis. Nesta perspectiva de integralidade, que está dissertação pretende ajudar no planejamento das aulas de Educação Infantil, com um olhar voltado para a valorização do movimento humano, em uma abordagem do se movimentar a partir de experiências de movimento, em um projeto que tem como tema a capoeira. Ficou explícito, que a pesquisa e a análise documental são necessárias e que precisa-se de mais trabalhos de pesquisa nesta modalidade de ensino, a Educação Física na Educação Infantil, no sentido de se organizar um planejamento adequado, em que as crianças possam participar independente de suas capacidades e habilidades motoras das experiência de movimento, para que possam ser protagonista de suas aprendizagem, produzindo sentido e significado com relação a si, ao outro e ao meio em que estão inseridas, aspectos importante e necessário para que se tornem cidadãos críticos e seres humanos cada vez mais humanos.Item O processo de confecção e utilização de materiais alternativos na escola: uma pesquisa-ação com professores de Educação Física(2024-04-30) Feltrin, Douglas AlexandreA escassez de recursos materiais oficiais para as aulas de Educação Física em escolas públicas e a falta de formação específica para que os professores consigam tematizar a confecção e a utilização de materiais alternativos, são fatores que dificultam a garantia do direito de aprendizagem dos alunos. Considerando a pertinência desse tema, o presente estudo tem como objetivo responder a seguinte questão: Em que medida uma formação continuada, desenvolvida na perspectiva da pesquisa-ação, pode qualificar a compreensão de professores sobre a confecção e a utilização de materiais alternativos nas aulas de Educação Física escolar? A investigação está pautada em uma abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa-ação com professores de Educação Física que atuam em escolas da rede municipal em uma cidade da região central do Rio Grande do Sul. Metodologicamente, o processo de investigação ocorreu a partir de 14 encontros, com um grupo de estudos formado por três professores e o autor da pesquisa. As reuniões de estudos foram realizadas de forma presencial e on-line, conforme a definição dos participantes, iniciando em outubro e encerrando em dezembro de 2022. Como instrumentos para a aquisição das informações na pesquisa foram utilizados: as gravações das falas dos docentes participantes; dois questionários, um realizado antes do início do estudo e outro após o último encontro; uma entrevista semiestruturada, realizada após o último encontro; os materiais didático-pedagógicos produzidos pelos professores no período da formação; as anotações realizadas pelos docentes participantes durante os encontros de estudos; um grupo no WhatsApp com os participantes da formação; as anotações do autor em um diário de campo sobre os acontecimentos os encontros. O processo de análise dos dados foi realizado na perspectiva da análise de conteúdo proposta por Silverman (2009), estabelecendo categorias considerando o objetivo da pesquisa. Os resultados indicam que professores de Educação Física escolar – participantes de uma formação continuada desenvolvida na perspectiva da pesquisa-ação – podem qualificar suas compreensões sobre a confecção e a utilização de materiais alternativos nas aulas, à medida que são oportunizados à reflexão colaborativa sobre o tema e à testagem prática no contexto real de atuação docente. De tal modo, os participantes do estudo mudaram suas compreensões sobre a confecção e a utilização de materiais alternativos nas aulas de Educação Física, ao passo que a participação na pesquisa-ação possibilitou alterações em suas percepções quando comparadas ao entendimento anterior à pesquisa-ação. Os fatores indutores de tal mudança se relacionam: ao formato do estudo colaborativo, que proporcionou um ambiente de trocas de experiências; à viabilidade prática da formação, uma vez que considerou o contexto real de atuação profissional; ao planejamento colaborativo, pois, gerou diálogos e apropriação de ideias diferentes entre colegas; à formação continuada ter sido específica para a área de Educação Física, o que ganhou atenção dos professores por meio do sentimento de reconhecimento e valorização. Palavras-chave: Educação Física. Escola. Materiais alternativos. Formação continuada. Pesquisa-ação.Item Educação física na educação infantil: jogos motores em diferentes espaços(2025-02-04) Brigo, TchiagoO que realmente me encanta como professor é a alegria da criançada em ver que vai começar a aula de Educação Física. Brincar, jogar, cair, levantar. O tempo parece que voa. As crianças indagam: – já está na hora de ir? Percebemos que a maioria delas tem vontade de ir à escola e de expressar-se corporalmente nas inúmeras aventuras que acontecem em aula. Esse cenário demonstra que práticas pedagógicas pensadas a partir do interesse das crianças contribui imensamente no processo de ensino-aprendizagem. O anseio desta pesquisa surgiu como reflexão sobre a Educação Física na Educação Infantil, as mediações pedagógicas dos jogos motores e os espaços destinados às crianças nas escolas, buscando entender como esses fatores podem contribuir para o desenvolvimento corporal das crianças. Este estudo foi caracterizado como qualitativo descritivo, um estudo de campo, tendo como centralidade do trabalho planejar, desenvolver e avaliar as decorrências de uma Unidade Didática dos jogos motores por meio de mediações pedagógicas em diferentes espaços (na quadra, no gramado, na areia e na sala) no contexto da Educação Física na Educação Infantil. A organização das competências e habilidades desenvolvidas durante as aulas pautaram-se em González e Schwengber (2012), Neira (2016), Brasil (2018) e González e Borges (2020). Os dados foram construídos por meio de um diário de campo, registrando observações a partir das situações vivenciadas durante as aulas. Para análise e interpretação das informações foi considerada a dimensão do desenvolvimento infantil em determinadas práticas sociais vivendo relações em contexto físico e sociocultural, apresentado por Neto (2004). Os resultados da pesquisa mostram que ao conceber o desenvolvimento corporal da criança de maneira global, as situações experenciadas por elas durante as aulas favorecem sua participação nos jogos motores, compreendendo a funcionalidade objetiva de cada atividade, contribuem na construção de valores para a convivência em sociedade, como respeito e cooperação, e possibilitam o protagonismo infantil, ao incentivar a superação de constantes desafios, colaborando com o desenvolvimento das habilidades motoras básicas de locomoção, manipulativas e de equilíbrio. O preparo de diferentes espaços para realização de tarefas pedagógicas é fator relevante para o desenvolvimento corporal das crianças. Na quadra, as tarefas mais interessantes são as que têm elevado nível de deslocamento, contribuindo para o desenvolvimento da agilidade e da velocidade das crianças. No gramado, percebemos que situações voltadas para o contato com a natureza e atividades ao ar livre permitem desenvolver a noção espaço-temporal. Na areia, as atividades podem desenvolver atributos como força muscular, equilíbrio e criatividade. Na sala, notamos que atividades voltadas para o desenvolvimento do foco e concentração funcionam muito bem, reforçando as habilidades de coordenação motora fina e coordenação óculo-manual. Também percebemos que as crianças constroem distintos significados para cada espaço de interação. Os ambientes internos (quadra e sala) são identificados para rotinas de tarefas e organização de atividades, enquanto os ambientes externos (areia e gramado) são identificados como espaços de contato com a natureza e interações relacionais. Nesse panorama, o professor é peça fundamental para a aprendizagem, necessitando um olhar atento no processo de preparar, planejar e avaliar as decorrências de ensino. O diálogo, a demonstração, os exemplos e as intervenções durante as práticas, foram elencados como mediações pedagógicas que favorecem o vínculo entre professor-criança. Parece essencial, portanto, observar as necessidades e interesses das crianças na Educação Física infantil, propondo situações de desenvolvimento corporal que contribuam no processo formativo e que atendam aos seus direitos de aprendizagem.Item Mudança de atuação de um professor na educação física escolar: uma autoetnografia a partir do ingresso no programa de mestrado profissional em educação física em rede nacional(2025-02-04) Schreiner, Jonas RobertoA partir do ingresso no Programa de Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional (ProEF), um professor passou a questionar a própria compreensão sobre seu trabalho no ambiente escolar. Passados aproximadamente 16 meses do ingresso no referido curso, o docente alterou sua concepção sobre a Educação Física na escola, mudando sua forma de atuação docente, o que o levou ao objetivo desta pesquisa: verificar quais fatores induziram uma mudança na atuação como professor na Educação Física escolar, a partir do ingresso no Programa de Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional. Para tanto, metodologicamente o estudo se pautou numa abordagem qualitativa, constituindo-se numa autoetnografia que diz respeito à investigação na qual o próprio pesquisador é o sujeito analisado e, portanto, a figura central do estudo. Os instrumentos para levantamentos das informações foram: a) o caderno utilizado em disciplinas cursadas no ProEF, contendo as anotações sobre as aulas; b) os trabalhos avaliativos realizados em disciplinas cursadas no ProEF; c) os planejamentos das aulas na escola, realizados antes e após o ingresso no ProEF; d) um diário de campo com os registros sobre as formas de intervenções realizadas nas aulas na escola, antes e após o ingresso no ProEF; e) um diário de campo com as anotações acerca dos aprendizados por ocasião da participação como ouvinte em reuniões do subprojeto Educação Física no Programa Residência Pedagógica; f) um diário de campo com as anotações acerca dos aprendizados por ocasião da participação em dois componentes curriculares de um curso de graduação em Educação Física. A apreciação dos dados foi realizada com base na análise de conteúdo, por meio da qual foram destacados trechos e recortes relacionados ao objetivo da pesquisa. Feito isso, os dados foram estruturados em um conjunto de aspectos e sistematizados em matrizes de análise. Posteriormente, com base neste processo de análise de fragmentos destacados dos documentos, as categorias foram definidas. Os resultados indicam que os fatores indutores da mudança na atuação como professor de Educação Física escolar, a partir do ingresso no ProEF, foram: ter refletido sobre o direito de aprendizagem dos alunos considerando os marcos legais; ter participado de experiências de estruturação curricular como forma de organizar as temáticas em cada ano escolar; estudar a unidade de ensino como meio de planejar as temáticas de ensino; compreender os modelos de ensino dos esportes; testar e reconhecer a viabilidade do desenvolvimento dos saberes estudados considerando a cultura escolar. O conjunto desses achados pode ser um indicado de assuntos que as Instituições de Ensino Superior, responsáveis pelas formações inicial e continuada de professores, e os polos do ProEF podem adotar em seus cursos visando a qualificação dos docentes e, consequentemente, o aprimoramento das aulas de Educação Física na escola.Item Quem não tem cão, caça com gato: potencialidades do uso de materiais não convencionais na educação física infantil(2025-02-04) Santos, Luis Gustavo Ramos dosA presente pesquisa, intitulada: “Quem não tem cão, caça com gato: potencialidades do uso de Materiais Não Convencionais na Educação Física Infantil”, tem como objetivo geral apresentar as possíveis contribuições da utilização de Materiais Não Convencionais (MNCs) enquanto estratégia de ação pedagógica no desenvolvimento das atividades na Educação Física Infantil (EFI). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, em forma de estudo de caso, e quanto aos objetivos, caracterizando-se como descritiva. O trabalho foi realizado pelo pesquisador que, enquanto sujeito da pesquisa, planeja, participa, implementa e analisa os resultados da ação em um processo de descrição, reflexão e introspecção acerca da própria prática a partir da participação no Programa de Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional (ProEF). A pesquisa se deu a partir da análise de recortes do diário de campo, dos documentos e registros pedagógicos do pesquisador ao utilizar os materiais não convencionais como estratégia de ação pedagógica nas aulas de Educação Física nas turmas que atende. A revisão de literatura aborda as temáticas necessárias para compreensão do objetivo da pesquisa a saber: conceitos de escola, criança, infância(s), Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Educação Física e Educação Física Infantil, bem como a interpretação e análise de como estes temas são tratados na Constituição Federal (1988), da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), e de outras legislações pertinentes. Foi possível identificar que a adoção de MNCs na EFI é uma estratégia viável e eficaz para promover o desenvolvimento integral das crianças, abrangendo aspectos criativos, imaginativos, lúdicos, conceituais, sociais e físicos por meio da (re)elaboração da apropriação corporal. A interação com MNCs, em ambientes fechados ou abertos, promove a proatividade das crianças, desenvolve seu protagonismo e facilita a apropriação significativa do espaço, incentivando sua utilização consciente e a preservação do ambiente escolar.Item Práticas corporais na educação física escolar na perspectiva multifatorial da saúde: uma proposta para os anos finais do ensino fundamental(2025-02-04) Kochenborger, Rafael AndersonO objetivo geral deste estudo foi planejar, desenvolver e avaliar uma proposta didático-pedagógica para potencializar a autonomia e a autorreflexão relativa à prática corporal na perspectiva da Educação para a Saúde na Educação Física Escolar nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Esta dissertação, portanto, constitui-se em uma pesquisa-ação com uma Unidade Didática fundamentada na Pesquisa como Princípio Educativo. Na primeira aula realizou-se um diagnóstico relacionado à Saúde na Educação Física Escolar a fim de, posteriormente, compor a construção e a aplicação da respectiva Unidade Didática (UD). Ao final da realização dessa UD, produziu-se uma resenha crítica em forma de narrativa sobre o impacto das aulas com os alunos que demonstraram maior interesse e envolvimento com sua realização. Metodologicamente, o tipo de pesquisa é denominado qualitativo. Para realizar a coleta de dados optou-se pelo instrumento Resenha Crítica com os discentes, como se fosse uma narrativa. Os resultados apresentados foram analisados por meio da Análise Textual Discursiva, o que levou ao surgimento de categorias. Posteriormente, promoveu-se um debate entre os alunos, mediado pelo professor pesquisador, que analisou a síntese e a aplicação da Unidade Didática (UD) com os principais autores e referências sobre as temáticas. Quanto aos resultados foi possível mensurar que os alunos entenderam a importância de se abordar a temática da Saúde na escola, para que a partir do ensino e da aprendizagem possam entender tudo o que está a ela relacionada. Entendeu-se, então, que as práticas corporais e a realização de exercícios e atividades físicas são importantes para a saúde, mas que não somente esses fatores devem ser levados em consideração e, sim, outros tantos. A realização desta pesquisa justifica-se por tratar de temas diretamente ligados à Saúde. Com a realização do presente estudo espera-se contribuir para a qualificação dos alunos, a fim de que valorizem esse importante tema da Educação Física Escolar, bem como possam contribuir com outros professores que possuem dificuldade em abordar o tema ou que ainda não tenham clareza de um norte. A partir da disseminação da Unidade Didática (UD) pretende-se buscar essa interação a fim de que mais alunos tenham acesso a esse conhecimento.Item Sexualidades, gênero e a educação física escolar: do silenciamento ao lugar de fala em uma produção audiovisual(2025-02-04) Zuanazzi, Paula MayaraOs temas ligados a gênero e sexualidades ainda são um tabu social, revestidos por silenciamento e violências. A escola e a própria Educação Física, inseridos nesta sociedade, têm sido reprodutores destas violências, e, por se tratarem de espaços em que a frequência é obrigatória, são consideradas por muitos como um ambiente hostil, como por exemplo, aos LGBTQ+. Frente a isso, este estudo se propõe a analisar as experiências de estudantes LGBTQ+ em seus processos de escolarização no contexto das aulas de Educação Física Escolar, bem como apresentar os resultados aqui obtidos em um documentário para o enfrentamento das questões que envolvem a inclusão de LGBTQ+ na escola. Para isso, utilizamos de uma entrevista semiestruturada. A população desta pesquisa foi composta por sujeitos cujas orientações sexuais ou identidades de gênero são LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e/ou Transexuais, Queer e apoiadores). A amostra foi composta por onze sujeitos, sendo três mulheres cisgênero, destas, uma lésbica e duas bissexuais; três homens cisgênero, destes dois gays e um bissexual; um homem cujo gênero e orientação sexual é queer; uma mulher transexual cuja orientação sexual é bissexual e um homem transsexual com orientação sexual é não definida; também duas mulheres cisgênero, mães de um homem e uma mulher transsexuais. A partir da análise qualitativas dos dados verificamos que os sujeitos LGBTQ+ passam por diversas situações de segregação no espaço escolar, incluindo violências psicológicas, físicas e morais, o que leva a uma dificuldade de sentirem-se pertencentes a este espaço, bem como de permanecer nele tendo sucesso em sua vida escolar. Ainda, em relação às aulas de Educação Física, os sujeitos descrevem como o espaço mais difícil para se estar e um local em que muitas violências ocorrem de forma naturalizada, sem interferências dos docentes. Esta dificuldade de acesso às práticas corporais ocorre na escola e se repete na vida fora dela também, uma vez que os sujeitos relataram que não se sentem seguros nem aptos a participar de práticas corporais em seus momentos de lazer. Frente aos dados encontrados, ponderamos a necessidade de ampliar as discussões sobre gênero e sexualidades no espaço escolar, bem como promover ações de formação continuada aos profissionais da educação, visando a construir uma escola mais inclusiva e acolhedora às diferenças.Item Educação física escolar e práticas corporais de aventura na natureza: uma proposta para o ensino médio no Litoral Norte do Rio Grande do Sul(2025-02-04) Gehrske, Patríciaconhecimento referentes à cultura corporal, é componente curricular obrigatório da Educação Básica, sendo que sua gênese foi influenciada por uma abordagem militar, higiênica e esportiva no Brasil. A partir da década de 80, com o movimento renovador ela passou por mudanças, assumindo uma identidade, pelo menos do ponto de vista teórico, muito mais próxima das ciências humanas, da filosofia e da pedagogia. No contexto de inserção na educação básica, especialmente no Ensino Médio, existem muitas possibilidades de inovações pedagógicas, já que temos os temas transversais que são bastante abrangentes. As práticas corporais de aventura na natureza enquanto manifestação da cultura corporal de movimento, pela variedade de objetos de conhecimento de potencial educativo, constituem-se como um relevante tema a ser desenvolvido, de maneira a atender as especificidades dessa etapa de ensino, dentro do contexto que está inserida a comunidade local. O objetivo deste estudo foi o de investigar os limites e potencialidades de implementação de uma Unidade Didática de Práticas Corporais de aventura na natureza, enquanto possibilidade de ampliação da cultura corporal de movimento de estudantes matriculados no primeiro ano do Ensino Médio de uma escola do litoral norte do Estado do Rio Grande do Sul. Como objetivo específico, também foi verificada a possibilidade de ampliação da constituição da consciência ambiental desses mesmos estudantes. Nesse sentido, para auxiliar os professores de Educação Física, foi criado uma Unidade didática com histórico, materiais, vídeos, sugestão de experimentação e um movimento para essa inovação pedagógica contemplando o planejamento da prática educativa. A pesquisa, de natureza qualitativa, com referencial teórico na pesquisa-ação, contou com a participação de 24 alunos, matriculados em 2022, em uma turma do Primeiro ano do Ensino Médio de uma escola pública do litoral norte do Estado do Rio Grande do Sul. Utilizou-se como instrumento de produção de dados o Diário de Campo, registros iconográficos e de vídeos/fotos. Como resultado foi elaborado um relatório da aplicação das atividades da UD e foi possível perceber o engajamento e encantamento durante todas as propostas e indagações, claramente potencializando a consciência ambiental e fomentando a inovação pedagógica. As práticas corporais de aventura na natureza propiciam que o aluno confronte-se com ele próprio, superando limites, ultrapassando barreiras e vencendo desafios, além de agregar novos saberes. Cabe ressaltar que é na escola que devemos encontrar esses desafios e aprender em todas as dimensões: conceitual, procedimental e atitudinal.