Planejamento urbano para quê e para quem? Estudo da distribuição de equipamentos comunitários na área urbana de Ijuí/RS

Abstract

O rápido processo de urbanização no Brasil transformou os centros urbanos em espaços marcados por diversas desigualdades econômicas e sociais. Diante desse cenário, o planejamento urbano juntamente com normas urbanísticas e aplicação de políticas públicas são cada vez mais percebidas como ferramentas de intervenção social, reconhecendo a cidade como um ambiente de realização coletiva e estabelecendo diretrizes para um desenvolvimento mais justo e inclusivo. A presente investigação tem como objetivo analisar a distribuição dos equipamentos urbanos públicos na área urbana de Ijuí/RS ao compreender que essas infraestruturas podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população, garantindo o direito a cidades mais sustentáveis e equitativas. O estudo, desenvolvido no Programa de Pós-Graduação stricto sensu – linha de pesquisa Políticas Públicas, Planejamento Urbano e Gestão do Território – abordou a interligação entre o planejamento urbano e a distribuição dos equipamentos públicos comunitários de saúde, educação e lazer da cidade de Ijuí, Rio Grande do Sul. Para a sua realização utilizou-se a pesquisa de natureza aplicada, bibliográfica, documental e de estudo de caso, sob a abordagem quantitativa e qualitativa. O levantamento de dados se deu através da georreferenciação de cada tipo de equipamento público no perímetro urbano da cidade de Ijuí juntamente com o método de raio de abrangência para cada tipo de equipamento. Para a análise dos dados, optou-se pela análise de conteúdo categorial que tem o propósito de sintetizar o que foi expresso durante a investigação, com o intuito de construir e apresentar concepções em torno do objeto de estudo. Como resultado foi possível detectar diversas falhas na distribuição dos equipamentos públicos na cidade em todas as áreas, saúde, lazer e educação, havendo grandes vazios pela falta de equipamentos, extremo distanciamento, e aglomeração pela proximidade desnecessária. Torna-se evidente que o município não dispõe de instrumentos eficazes para a análise e monitoramento do território, o que dificulta o planejamento e a implementação de equipamentos públicos comunitários o que pode interferir diretamente na qualidade de vida da população e fomentar desigualdades socioespaciais no município.