O olhar que não enxerga: a produção discursiva e social de alunos com necessidades educacionais especiais
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Marques, Mariana Canal
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Resumo
A presente dissertação trata da questão da inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais na escola regular. A pesquisa envolveu três alunos com
diagnóstico de deficiência mental (DM) inseridos em classes regulares de uma
escola pública do município de Ijuí/RS. Em uma abordagem qualitativa a dissertação
adentrou no cotidiano desses sujeitos fazendo um ensaio etnográfico de suas
histórias e das relações familiares e escolares que os constituem como sujeitos
deficientes. Com a intenção de aguçar o olhar e a sensibilidade para enxergar além
das aparências e dos estereótipos impostos pela sociedade e pela cultura, a
investigação buscou interlocução com teóricos como Foucault e Vigotski, buscando
entender, de uma parte as relação de poder e os regimes de verdade que se
impõem como limitações e incapacidades aos sujeitos com deficiências e, de outra,
as possibilidades de aprendizagem e a construção cultural da deficiência, apontadas
por Vigotski. Pesquisadores contemporâneos que têm buscado o entendimento das
relações com o outro na consideração das diferenças, tais como Carlos Skliar, Jorge
Larrossa e Alfredo Jeruzalinski, também foram fontes de consulta e inspiração. A
convivência no cotidiano da escola e nos espaços sociais freqüentados pelos
sujeitos da pesquisa, bem como a reflexão sobre os dados coletados, na interface
com os autores de referência, levam à conclusão de que, para estes sujeitos, a
atualização do potencial intelectual, as auto- regulações e os processos
metacognitivos são beneficiados quando ocorre um ambiente colaborativo, rico em
estímulos sociais. Para tanto, é necessário que sociedade e a escola os vejam como
possibilidades, despindo-se dos preconceitos que historicamente acompanham e
marcam os sujeitos com necessidades educativas especiais.
Descrição
83 f.