A arquitetura como cenário e a educação como possibilidade: o patrimônio e suas inter-relações com a memória, identidade, pertencimento e cidadania
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Data
2019-07-24
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Resumo
A arquitetura possui vínculo direto com o passado, posto ser materialidade produzida pela
humanidade que ainda é perceptível e palpável em um singelo passeio pelas ruas da cidade. A
educação patrimonial, em suas diversas formas de mediação, possibilita a interpretação da
arquitetura como produto socialmente produzido, tornando-se um instrumento importante na
promoção e vivência da condição e existência humanas. A presente tese estrutura-se no intuito
de afirmar que a educação patrimonial, por meio da arquitetura, instiga a memória social e
constrói o sentimento de identidade e pertencimento, constituindo a cidadania do sujeito ao
local (enquanto espaço, tempo e lugar), promovendo a preservação do patrimônio
arquitetônico. A pesquisa realizada neste trabalho justifica-se pela possibilidade de construir
novas reflexões entre arquitetura e educação, no sentido de produzir novos entendimentos e
possibilidades de preservação para o patrimônio arquitetônico. O estudo tem como premissa
afirmar a relação dos sujeitos com suas heranças culturais, percebendo sua responsabilidade
pela valorização destas materialidades e fortalecendo a vivência real com a formação humana
e cidadã num processo de percepção e construção do sentimento de identidade e
pertencimento. Metodologicamente, esta pesquisa estrutura-se por um campo conceitual,
mediante uma revisão bibliográfica e documental, e por um campo empírico, este último
categorizado por Bardin (1977) e interpretado pela hermenêutica (Hermann (2002). Os
educadores possuem a tarefa de formar e desenvolver práticas pedagógicas de uma educação
patrimonial forte baseadas em mecanismos de ensino e de aprendizagem, instituindo um
campo de ação inter, trans e multidisciplinar. A aproximação dos sujeitos com a arquitetura de
sua cidade desencadeia um elo de preservação e aproximação de forma agradável, prazerosa,
lúdica, levando adultos e crianças a um processo ativo de conhecimento pela apropriação e
valorização de suas heranças arquitetônicas. A educação patrimonial forte tem como propósito
aflorar nos atores sociais a elaboração de um conhecimento histórico e cultural, investigar a
realidade que os cerca, refletir sua ligação com um passado e procurar perceber a historicidade
da arquitetura local, ou seja, um ensino voltado para que os sujeitos desenvolvam um
conhecimento mais amplo da realidade em que vivem. A educação patrimonial forte deve ser
percebida como aquela que ocorre nos espaços da vida e para a vida, numa visão integral,
ampliando as oportunidades socioeducativas. A arquitetura deve ser considerada e tratada
como tema transversal, transdisciplinar, interdisciplinar e multidisciplinar, ato essencial ao
processo educativo para potencializar o uso dos espaços públicos e comunitários como
espaços formativos. Os diferentes e diversos atores que atuam em ações de educação
patrimonial forte devem estar conscientes da função social e da importante contribuição que
possuem na transformação da sociedade, formando crianças, jovens e adultos em todas as
fases do conhecimento, potencializando os espaços de valor patrimonial na construção de
conhecimento, cidadania e educação integrada. A educação é a própria vida, e a arquitetura
presente no cenário urbano propicia a experimentação que, por meio de infinitas investigações,
desencadeia novas descobertas. A educação patrimonial forte, por natureza, é educativa, pois
comunica, compartilha e experiencia uma prática social.
Descrição
130 f.
Palavras-chave
Ciências humanas., Educação., Arquitetura., Memória., Identidade., Pertencimento., Cidadania.