A Universidade e a racionalidade comunicativa de Habermas
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Data
2021-09-30
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Resumo
Considerando que a Universidade pública contemporânea está
demasiadamente condicionada pela razão funcionalista, trabalhamos com
a tese de que a Teoria do Agir Comunicativo de Habermas representa
uma potência reflexivo-prática para questionarmos (revitalizarmos) o
agir da Universidade pública. Assim motivados, buscamos compreender
quais são as contribuições da teoria habermasiana para pensar e repensar
o agir da Universidade. O nosso processo comunicativo-interativo parte
da mudança de paradigma proposto por Habermas – qual seja, o
paradigma da linguagem – para propor a “validação” da Universidade (e
da cultura científica), como: um agir em movimento histórico-social,
logo, sempre situado e intersubjetivo/ comunicativo (cap I); um agir
comunicativo como “razão prática cooperativa”, que vai além da razão
funcionalista e instrumental, ou seja, a racionalidade comunicativa como
coordenadora do agir no mundo da vida (objetivo, social/i ntersubjetivo e
subjetivo), conforme a teoria habermasiana(cap II); como um agir “entre
nós” e não simplesmente “para algo”, e assim fazendo, caminha em busca
de fundamentos, também solidários/políticos, para o seu agir (cap III).
Por meio de uma pesquisa descritiva, de caráter bibliográfico, produzida
a partir de uma abordagem qualitativa, propomos um processo
intersubjetivo e de construção de entendimentos, “um caminho a ser feito
caminhando” pelas veredas da Teoria do Agir Comunicativo de
Habermas, tendo por horizonte e as racionalidades e as “linguagens” que
pulsam na Universidade pública - real e não ideal - e nas ciências
brasileira e alemã a fim de: analisar criticamente quais foram (e são) os
motivos de seu agir (cap I); estudar a Teoria do Agir Comunicativo de
Habermas como uma teoria da ação (e não uma teoria do
conhecimento/pensar) (cap II); e (cap III) compreender os limites e as
possibilidades da racionalidade comunicativa para a Universidade como
instituição guardiã da cultura científica da humanidade, mas também,
onde esta cultura é revitalizada através da prática/ ação comunicativo argumentativa com as novas gerações, logo, uma instituição
“orgânica/viva”, situada e inserida no momento e no espaço social
(político, econômico e simbólico), onde a sociedade pode debater
cooperativa e argumente ativamente os seus problemas e projetos. Enfim,
evidenciou-se que a Universidade pública se justifica e revitaliza
socialmente, na medida em que busca potencializar os seu modusfaciendi
a partir da racionalidadecomunicativa, ou melhor, nutrindo processos
intersubjetivos na busca de “entendimentos qualificados” a respeito do
mundo da vida (mundo objetivo, mundo social e mundo
subjetivo/personalidade) indo muito além – não no sentido de descartar,
mas de ampliar - do agir estreito fomentado pela
racionalidadefuncionalista e pela razãoinstrumental .
Descrição
161 f.
Palavras-chave
Ciências Humanas., Educação nas ciências., Universidade., racionalidade comunicativa., agir intersubjetivo., razão procedural., validez social.