O brincar, a criança e a escola: tramas de um caminho

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Flores, Zilá Gomes de Moraes

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Resumo

A dissertação intitulada “O Brincar, a Criança e a Escola – tramas de um caminho”, aborda a questão do brincar da criança na escola. Os argumentos foram organizados e constituídos a partir de uma pesquisa com viés etnográfico em uma Escola de Educação Infantil da rede municipal de ensino na cidade de Ijuí/RS. Ao marcar o encontro com os sujeitos da pesquisa e comigo mesma, fui instigada pelo debate no Grupo CRISÁLIDA – Estudos sobre a Infância e Juventude, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, procurei novos fios que traçados tecem a rede desta escrita. Acompanhei crianças de três a cinco anos, nas turmas de Jardim 1 e Jardim 2, totalizando 41 sujeitos observados, para entender a cultura destes sujeitos, foi imprescindível minha inserção no grupo, acompanhando as ações cotidianas da escola. O viés etnográfico proporcionou o estar ali com os sujeitos infantis e não estar olhando sobre eles, para observar como os diferentes discursos constituem o brincar das crianças. Organizei esta escrita de modo que os fios da pesquisa se entrecruzassem com as fontes teóricas utilizadas: o olhar de Walter Benjamin no sujeito infantil (uno), a percepção de Florestan Fernandes do sujeito infantil inserido no grupo social e, a perspectiva dos Estudos Culturais Contemporâneos, possibilitaram mapear a condição do brincar na escola observada. O caráter acolhedor dos Estudos Culturais Contemporâneos permitiu a tessitura entre os olhares do filósofo Walter Benjamin, do sociólogo Florestan Fernandes e das imagens de Francesco Tonucci. Além das fotos que registram as crianças da Escola “Colméia” em seu brincar, trago ao texto os desenhos de Francesco Tonucci, pesquisador italiano que, com seus cartuns, denuncia discursos que constituíram e constituem formas de ver a infância e seu sujeito, a criança. Considerando que a instituição escolar possui um espaço e um lugar e que estes são determinantes nas ações do sujeito infantil, de modo especial marcando os tempos e espaços do brincar das crianças, no primeiro capítulo - ESCOLA É UM LUGAR PARA ESTAR JUNTO-, trouxe a Escola “Colméia” apresentando seus espaços e tempos. No segundo capítulo– NOSSOS BRINQUEDOS - descrevi quando e como acontece o brincar do sujeito infantil nesta escola, buscando em alguns momentos traçar um paralelo de como brincavam as professoras e como brincam os alunos hoje. No terceiro capítulo – OS DISCURSOS QUE CONSTITUEM O BRINCAR NA “COLMÈIA” E FORA DELA – enfatizei alguns discursos que circulam na escola e fora dela, constituindo diferentes crianças e infâncias. Para além das prateleiras escolares e do simples ato de jogar, a cultura midiática traz consigo uma Pedagogia Cultural que perpassa a escola, colocando em evidência o conflito existente entre a cultura escolar, a cultura familiar e a cultura da mídia; de um lado, professores que tratam as crianças como se estivessem alheias ao mundo adulto; de outro, a maioria dos pais preocupados com situações práticas em relação à educação dos filhos e, bem no meio de tudo isso, a criança ligada à programação da televisão, na qual se ensina até a contar. Constatou-se que a cultura da mídia perpassa a vida do sujeito infantil, levando-o a assumir diferentes formas de brincar, de vestir e de ver e estar no mundo, apesar de toda a força das grandes corporações a criança recria o seu brincar, pois para ela esta ação é sempre nova nunca igual.

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127 f.

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