O que surge antes: o produto ou a necessidade? um estudo de caso nos setores industrial e de prestação de serviço
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Schumann, Silvana Becker
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Resumo
Introdução: O marketing, desde a sua origem, sofreu muitas mudanças em seu
conceito e abrangência, assim como seu lugar nas organizações. Semenik e
Bamossy (1995, p. 16) afirmam que o marketing é uma “filosofia de negócios que
estabelece que o propósito fundamental de um negócio é atender aos desejos e
necessidades dos clientes”. As empresas, no entanto, enfrentam realidades
diferentes e buscam metas específicas perante este novo cenário em movimento. As
ações e estratégias de marketing ganharam uma nova visão e um novo olhar por
parte dos profissionais de administração, dando novos rumos ao papel do marketing
diante do mercado, chamando a atenção de muitos profissionais da área. Para
muitos, ele deixou suprir carências do mercado para criar necessidades de consumo
em seus clientes. Conforme Semenik e Bamossy (1995), o cliente recebe várias
informações do ambiente em que está inserido, conhecidas também como
estímulos, por meio dos esforços de marketing, voluntária ou involuntariamente, pelo
fato de estar exposto. Semenik e Bamossy (1995, p. 219) completam essa ideia
quando afirmam que “O resultado final do encontro dos vários estímulos é que o
comportamento do consumidor será alterado por força das informações recémabsorvidas”,
o que, para muitos, caracteriza a criação de necessidades. Neste
sentido o presente trabalho de conclusão de curso vai esclarecer qual realmente é o
papel do marketing dentro das organizações. Para isso, analisou-se o processo de
criação de novos produtos em uma empresa do ramo industrial, denominada
empresa A, e outra do ramo de serviços chamada empresa B, levando sempre em
conta o papel do cliente dentro dessas etapas. Desta forma, o primeiro Capítulo trata
da Contextualização do Estudo, apresentando a caracterização da organização, a
apresentação do tema, a questão de estudo, os objetivos gerais e específicos desta
pesquisa, assim como a justificativa da escolha do tema. O segundo Capítulo é
composto pelo Referencial Teórico, o qual forma a parte substantiva do estudo, e, a
partir de uma pesquisa baseada na literatura existente sobre o tema, tem o intuito de
entender, conhecer e buscar um embasamento teórico para análise dos dados e
informações coletadas nas organizações participantes da pesquisa. O terceiro Capítulo apresenta a Metodologia deste estudo, no caso a classificação da
pesquisa, o universo amostral, os sujeitos da investigação, a coleta de dados e a
análise e interpretação destes. Por fim, o quarto Capítulo traz a análise dos dados
coletados, em que são apresentados os processos de desenvolvimento de novos
produtos adotados em uma empresa de serviços e uma indústria, o que possibilitou
uma comparação com os processos sugeridos por estudiosos do marketing, com o
objetivo de possibilitar entender a participação dos clientes nesse processo. Na
sequência, são apresentadas as considerações finais seguidas pelas referências
bibliográficas e o apêndice.
Metodologia: O atual estudo classifica-se como uma pesquisa básica, porque sua
finalidade é gerar conhecimento tomando por base o estudo das teorias em
comparativo com as práticas atuais acerca da criação e desenvolvimento de novos
produtos. É uma pesquisa qualitativa, pois buscou informações mediante pesquisas
e informações coletadas. Quanto aos seus objetivos, é considerada exploratória,
porque procurou identificar se os produtos são desenvolvidos tendo como base as
necessidades dos clientes, utilizando para isso duas empresas, e descritiva porque
descreve os processos de desenvolvimento de novos produtos de ambas as
organizações. A pesquisa atual teve cunho bibliográfico, pois partiu de um
referencial teórico já exposto. Buscou-se construir uma base de conhecimento para
analisar o tema proposto, que consiste em analisar os processos de
desenvolvimento de produtos dentro de duas organizações, o que configura também
um estudo de caso. Além disso, é uma pesquisa de campo, porque inclui a
realização de entrevistas junto aos profissionais responsáveis dentro das
organizações estudadas. Duas foram as empresas escolhidas para a realização da
pesquisa. A empresa A, atuante no ramo industrial, e a empresa B, que opera na
prestação de serviços educacionais. Desta forma, o universo amostral se caracteriza
como não probabilístico por conveniência, pela proximidade geográfica das
empresas e, principalmente, pela disponibilidade em participarem do estudo. Na
empresa A, o participante da pesquisa foi o gerente de desenvolvimento de novos
produtos, já na empresa B a entrevista se deu em dois momentos: primeiramente
com o gerente de marketing e, na sequência, com o professor representante de um
dos departamentos. Em ambos os casos a coleta de dados seguiu um cronograma
pré-elaborado pela autora conforme o Apêndice A – um roteiro de entrevistas
semiestruturado composto por cinco questões abertas, partindo de um agendamento
prévio com os responsáveis. A análise e interpretação dos dados buscou
informações por meio da percepção adquirida nas entrevistas realizadas e análise
do conteúdo, de forma que possibilitou a confecção de tabelas comparativas dos
processos de criação de novos produtos, como ilustração das avaliações.
Resultados: Na empresa A o processo de criação e desenvolvimento de novos
produtos se inicia com uma sugestão, reclamação ou pedido do cliente direto aos
vendedores e representantes comercias, que são repassados ao setor de criação,
quando se avalia as possibilidades de desenvolvimento desse novo produto, em um
total de cinco etapas que constituem o processo. A participação do cliente é
constatada de forma direta em duas das etapas: a inicial, de “levantamento de
necessidades dos clientes”; conforme mencionado anteriormente, e a “validação”,
que consiste no teste do protótipo em condições reais de uso. Para a empresa, a
participação dos clientes é fundamental e indispensável para o sucesso do produto.
Por outro lado, na empresa B foram descritos dois processos de criação de dois
produtos diferentes; ambos os processos são basicamente os mesmos, em que a
ideia inicial do novo serviço é proposta por professores ou coordenadores dos departamentos. A Escola Superior de Gestão de Negócios (ESGN) possibilita uma
maior proximidade com as empresas da região, com o intuito de perceber uma
demanda do mercado. O setor de inteligência de marketing, que inicialmente teria o
dever de realizar pesquisas de mercado para identificar potencialidades, não possui
estrutura para tal função, de forma que contribui com pesquisas em casos
específicos.
Conclusões: Com o presente estudo pode-se afirmar que a empresa A trabalha
para suprir uma demanda já existente por parte de seus clientes, e seus esforços
giram em torno da satisfação dos mesmos, assim como em alguns casos na
empresa B. Na maioria dos casos, no entanto, a empresa B projeta e produz seus
produtos sem a participação de seus clientes em nenhuma das etapas, o que
confirma a ideia de que realmente existem empresas que criam produtos e depois,
por meio dos esforços de marketing, geram a necessidade ou desejo de adquirir
determinado produto ou serviço.
Descrição
109 f.