Pensamento pedagógico geográfico e autonomia docente na relação com o livro didático: percursos para a educação geográfica
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Data
2019-07-23
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Resumo
A constituição de um pensamento geográfico de professor é caminho para refletir sobre a
formação de professores de Geografia e a autonomia docente na relação com o livro didático.
Alia-se, neste movimento, linguagem e pensamento como contributos para trazer o pensamento
geográfico ao cerne da tese, considerando suas dimensões acadêmica e escolar. Nesse
sentido, a questão central desta pesquisa procura responder de que maneira os professores
constroem o pensamento geográfico, o compreendem e como essa estrutura contribui, na
relação com o livro didático, para a autonomia docente, visando à Educação Geográfica. Para
respondê-la utilizou-se de argumentações em defesa da tese de que o professor de Geografia,
tendo desenvolvido o pensamento geográfico, sustentado em seus pressupostos e articulado
ao conhecimento pedagógico, tende a estabelecer relações com o livro didático que contribuem
para sua efetiva autonomia na construção da Educação Geográfica. Contribuíram a esse
posicionamento a pesquisa bibliográfica e a dimensão empírica, a partir de entrevistas com
professores que atuam na educação superior, referentes à constituição do pensamento
geográfico, e com professores da educação básica, sobre aspectos de formação-ação docente,
considerando a estrutura do pensamento geográfico que constroem e utilizam, a sua relação
com o livro didático e o desenvolvimento da autonomia. A produção dos dados tomou por base
a Análise de Conteúdo, sendo interpretados sob o viés da Teoria Crítica e da Hermenêutica,
cujo processo possibilita afirmar que, mesmo não sendo explicitados determinados elementos
do pensamento dos professores de Geografia, existe uma estrutura básica de pensamento e de
raciocínio geográfico que é construída e que precisa ser aperfeiçoada no decorrer da profissão
docente. Se essa estrutura de elementos é organizada pelo professor e manipulada
mentalmente por ele, com clareza e de modo complexo, este tende a desenvolver autonomia
ao elaborar propostas de aulas, ao organizar-se didática e metodologicamente no sentido de
adequar suas estratégias de trabalho, relacionando-as aos aportes teórico-científicos de que
dispõe para realizar análises e interpretações, e também ao estabelecer relações com o
currículo, com os alunos e, ainda, com os livros didáticos, recursos mais utilizados nas escolas
brasileiras. Nesse viés, se o professor tem construída essa estrutura do Pensamento
Pedagógico Geográfico (PPG), tende a criar um modo de pensar que alia aspectos da
dimensão teórico-conceitual e epistemológica aos aportes da dimensão pedagógica, que
possibilitam construir um modo de abordar a Geografia, este que é complexo e, na relação com
o livro didático, permite a contextualização, a argumentação e a significação da Geografia que
ensina.
Descrição
247 f.
Palavras-chave
Ciências humanas., Pensamento pedagógico geográfico, Autonomia docente., Livro didático., Educação geográfica.