Análise dos casos de intoxicações e de câncer e sua possível relação com o uso de agrotóxicos no sul do Brasil

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Data
2021-04-28
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Resumo
A modernização da agricultura brasileira ocorreu por volta das décadas de 1960 a 1970, com o início do movimento conhecido como “Revolução Verde” e foi responsável pela introdução de máquinas e produtos químicos no campo. Ao longo dos anos, a utilização de agrotóxicos se tornou muito elevada, o que colocou o Brasil, entre os líderes mundiais no consumo destes compostos. Concomitante com utilização de agrotóxicos, nota-se um aumento da incidência de doenças crônicas na população, sendo majoritariamente em moradores da área rural. A partir disto, questiona-se sobre os possíveis efeitos maléficos para a saúde humana, no momento atual e quais os impactos que podem causar a longo prazo. A pesquisa teve como principal objetivo identificar e analisar as informações de saúde disponíveis online e relacioná-las com os efeitos dos agrotóxicos. A presente dissertação está organizada em três capítulos em formato de artigos científicos. O artigo 1 contempla a análise do perfil das intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola, referente ao período de 2008 a 2016, nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a partir dos dados disponíveis no Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX). Foram encontrados registros de 10.316 casos de intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola no período delimitado, com maior percentual de homens e faixa etária de 20 a 59 anos. Quanto às circunstâncias em que ocorreram os maiores percentuais foram acidentes individuais, ocupacionais e tentativa de suicídio. No artigo 2, foi realizada a análise da prevalência e mortalidade por câncer no período de 2013 a 2020, disponíveis no portal DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil) e a possível associação com o uso de agrotóxicos no sul do país. Verificou-se que os Estados do Sul do Brasil têm prevalência de câncer em comparação com o Brasil, com destaque para o Estado do Rio Grande do Sul, e que o sexo feminino apresenta maior número de casos, porém, o sexo masculino apresenta maior mortalidade. A literatura aponta que grande parte das pessoas acometidas por neoplasias têm ou tiveram exposição ambiental ou ocupacional, em algum período de sua vida, aos agrotóxicos. O artigo 3 objetivou analisar o que está publicado na literatura sobre a exposição a agrotóxicos e danos no DNA humano em moradores da zona rural. Os resultados da literatura evidenciaram que os agrotóxicos são causadores de danos genéticos e representam um risco potencial para a saúde da população rural, principalmente dos que trabalham, constantemente, com estes compostos. A partir dos resultados obtidos, foi possível evidenciar que os agrotóxicos apresentam efeitos perigosos à saúde humana. Estes efeitos ainda não estão bem definidos, mas não podem ser ignorados. Os agrotóxicos comprometem a saúde da população a longo prazo, com a contribuição para o aumento de doenças crônicas. Mesmo que, em termos capitalistas, estes produtos sejam eficazes, levanta-se a questão de que os mesmos comprometem a vida humana. Esta dissertação contribuirá para o debate desse tema relevante e preocupante que são os efeitos dos agrotóxicos sobre a saúde humana
Descrição
137 f.
Palavras-chave
Epidemiologia., Ciências Agrárias., Saúde., Agrotóxicos, Intoxicações., Câncer., Dano genético., DNA., Doenças crônicas.
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