Alongamento nas academias : objetivos e justificativas de sua prescrição por professores de educação física

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Data

2012-03-21

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Resumo

Os exercícios de alongamento são habitualmente prescritos pelos professores de Educação Física, tanto em programas orientados ao treinamento de atletas, como na busca pela melhora da aptidão física da população em geral. Particularmente em academias de musculação esses exercícios estão presentes na rotina de treinamento da maioria esmagadora dos alunos. No entanto, a literatura científica é bastante controversa quanto aos benefícios que o alongamento proporciona aos praticantes, não sendo unívoca no que se refere às recomendações sobre sua utilização e forma de trabalho nos treinamentos. Por outro lado, a literatura também aponta que os professores não utilizam apenas o conhecimento acadêmico para tomar decisões sobre seu trabalho, mas também mobilizam saberes da experiência para sua atuação profissional, ou seja, em muitas intervenções são utilizados conhecimentos tácitos adquiridos ao longo de sua atuação como professor. Estes elementos surgem a partir do feedback entre professor e aluno. O objetivo deste estudo foi investigar o que norteia (objetivos e justificativas) a prescrição do alongamento pelos professores de Educação Física nas academias. Tratase de uma pesquisa exploratória com delineamento de estudo de campo. Foram visitadas cinco academias, sendo duas voltadas ao treinamento personalizado. Os sujeitos da pesquisa foram oito professores de Educação Física, com no mínimo cinco anos de atuação. Os dados foram coletados a partir da entrevista semiestruturada, gravada em áudio, na qual os principais temas abordados foram: os objetivos da prescrição do alongamento, relação entre o alongamento e prevenção de lesões, métodos de alongamento que são utilizados durante as sessões de treino, a orientação do alongamento, a origem do conhecimento, a relação entre a formação inicial, características profissionais, prescrição dos alongamentos. A análise dos dados, obtidos nas entrevistas, foi realizada tendo como suporte as leituras do referencial teórico que embasou a classificação de categorias, procurando identificar semelhanças e diferenças entre as posições dos entrevistados. Neste sentido, os resultados apontaram que os objetivos da prescrição são muito variados. A maioria dos professores afirmou prescrever o alongamento como parte do aquecimento no início da atividade e como relaxamento no final. Outros professores mencionaram o aumento da flexibilidade como um das principais razões da indicação, enquanto que a diminuição da dor muscular tardia, o bem estar relatado pelo aluno e a melhora da consciência corporal foi mencionado somente por um profissional. Além disso, apenas três professores prescrevem o alongamento tendo como um de seus objetivos a prevenção de lesões. Constatou-se também que os oito entrevistados não aplicavam nenhum método de alongamento específico, tampouco demonstraram ter conhecimento técnico/científico desses métodos. Assim, acreditamos que os professores em geral prescrevem o alongamento por duas razões, a saber: 1º) por ser uma prática rotineira que há muito tempo vem sendo mantida, não só nas academias de musculação, mas em diversos 8 esportes, que por não ser lesivo não justifica a não realização; 2º) em muitos casos o aluno passa para o professor que determinado alongamento lhe fez bem, então, o professor por sua vez, passa a utilizar esse conhecimento na sua intervenção diária.

Descrição

72 f.

Palavras-chave

Educação física, Professores, Alongamento, Prevenção, Lesões

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