Proposição e validação de escala de mensuração dos elementos componentes e mecanismos organizacionais de desenvolvimento de capacidades dinâmicas em organizações

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Data

2020-05-08

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Resumo

A teoria das capacidades dinâmicas consolida-se como um conceito chave para compreender o desempenho de organizações inseridas em ambientes dinâmicos e como as mesmas buscam renovar suas competências e reconfigurar seus recursos, objetivando obter vantagem competitiva sustentável. Percebe-se que o entendimento do constructo de capacidades dinâmicas ainda é tema de debate científico no meio acadêmico, pois os estudos sobre a temática focam nos resultados que elas produzem e não em como são desenvolvidas nas organizações. Desta forma, a identificação dos mecanismos por meio dos quais as capacidades dinâmicas se desenvolvem pode gerar novas descobertas sobre a sua implementação, visto que há necessidade de elaboração de constructos multidimensionais para avaliação das capacidades dinâmicas. Deste modo, percebe-se poucos estudos que objetivaram propor e validar constructos, escalas ou instrumentos de mensuração do desenvolvimento das capacidades dinâmicas em organizações. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi propor e validar uma escala de mensuração dos elementos componentes e mecanismos organizacionais de desenvolvimento de capacidades dinâmicas em organizações. Para isto, primeiramente identificou-se os elementos componentes e mecanismos organizacionais de desenvolvimento das capacidades dinâmicas que balizaram estudos empíricos a partir dos microfundamentos das capacidades dinâmicas. O desenvolvimento destas capacidades dinâmicas teve como âncora os elementos componentes e mecanismos organizacionais propostos por Meirelles e Camargo (2014). Os indicadores de desenvolvimento das capacidades dinâmicas foram elucidados com base nos estudos de Rosa (2016), Silva (2016), Cappellari (2017), Lazarotto (2017), Welter (2018) e Schmitz (2018). Os estudos selecionados utilizaram o constructo teórico baseado em Wang e Ahmed (2007), considerando todos ou algum dos três elementos componentes das capacidades dinâmicas (capacidade absortiva, adaptativa e inovativa), bem como as suas respectivas dimensões. A capacidade absortiva foi analisada pelo modelo de Zahra e George (2002). Já para a capacidade adaptativa foi utilizada a abordagem de Akgün, Kestin e Byrne (2012), Staber e Sydow (2002) e Gibson e Birkinshaw (2004). A capacidade de inovação foi estudada pelo modelo de Wang e Ahmed (2004). Ainda, considerando o desenvolvimento destas capacidades com base nos elementos componentes e mecanismos organizacionais propostos por Meirelles e Camargo (2014). Após, elaborou-se a escala de mensuração com base nos indicadores dos elementos componentes e mecanismos organizacionais de desenvolvimento das capacidades dinâmicas que foram evidenciadas em mais de um dos estudos empíricos selecionados. O conteúdo da escala foi validado por especialistas e realizado pré-teste com organizações da amostra. A metodologia do estudo baseou-se na abordagem quantitativa, de natureza exploratória e descritiva. Quanto aos procedimentos técnicos, classificase como uma pesquisa bibliográfica e e-Survey. A amostra adotada é de 137 organizações pertencentes ao COREDE Noroeste Colonial. A validação estatística foi realizada com base na modelagem de equações estruturais - MEE com o uso do software SmartPLS 2.0. Os resultados demonstram que a escala proposta apresentou validação do modelo de mensuração e do modelo estrutural a partir dos critérios estatísticos adotados para a MEE. Os resultados do estudo elucidam que a articulação dos indicadores dos elementos componentes e mecanismos organizacionais de desenvolvimento das capacidades dinâmicas propostas resultam em um modelo teórico em que vários aspectos relacionados à existência de capacidades dinâmicas podem ou não estar presentes. Neste sentido, a escala final proposta para mensuração dos elementos componentes e mecanismos organizacionais de desenvolvimento de capacidades dinâmicas apresentou três dimensões e vinte e um indicadores. Deste modo, a escala proposta é útil para a identificação dos elementos componentes e mecanismos organizacionais que desenvolvem as capacidades dinâmicas nas organizações. Em suma, este estudo avança na compreensão do desenvolvimento de capacidades dinâmicas em organizações, destacando a importância da criação de uma escala válida e confiável. Assim, o estudo proporciona a criação de um recurso acadêmico para a utilização da escala em futuras pesquisas e amplia a possibilidade do desenvolvimento do assunto sobre a temática das capacidades dinâmicas no âmbito nacional.

Descrição

104 f.

Palavras-chave

Ciências Sociais Aplicadas, Desenvolvimento regional, Capacidades dinâmicas, Escala, Elementos componentes, Mecanismos organizacionais

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