Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como indutor da prática curricular de professores de matemática a partir da perspectiva de contextualização
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Data
2013-10-31
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Resumo
Esta pesquisa buscou reconhecer a proposta escolar, a partir da base curricular comum e do discurso dos professores na disciplina de Matemática, a partir do conceito de contextualização, considerando a reforma curricular iniciada pela LDBEN 9.394/1996, articulada através de documentos como PCNEM (1999) e PCN+ (2002) e tencionada pelas mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2009. Propõe-se como problemática de pesquisa as seguintes questões: Considerando o Enem como uma política de reestruturação do currículo de Matemática no Ensino Médio, pautada no processo de contextualização do ensino, é possível identificarmos, nas práticas de docentes de Matemática atuantes no Ensino Médio, articulações desse processo com as Matrizes de Referência do Enem na área de Matemática e suas Tecnologias e na reestruturação do currículo escolar? No que se baseiam as ações docentes propostas de Matemática do Ensino Médio? Inicialmente, foi realizada uma pesquisa quantitativa com dados do Enem de 2009 e 2010, para a seleção do lócus de pesquisa e, a partir dessa análise, foram selecionadas duas escolas de Ensino Médio públicas da cidade de Ijuí/RS. As escolas foram reconhecidas através dos documentos que regulamentam a proposta de ensino e, também, a partir de questionários e entrevistas com cinco professores de Matemática. Dessa análise, a escola é reconhecida a partir de duas perspectivas: a de currículo, quando pensada nos conteúdos que compõem a base curricular comum, e a de pedagogia, que contempla a ação dos professores em efetivar mudanças nas suas propostas de ensino, principalmente no que se refere ao uso da contextualização no ensino. Da primeira perspectiva, percebe-se um currículo algébrico sendo priorizado na proposta de ensino de Matemática, bem como uma divergência com relação à base curricular comum orientada pelas políticas públicas. Quanto à segunda perspectiva, a ação pedagógica do professor vem buscando mudanças, as quais ocorrem em detrimento das vivências em sala de aula e das influências do livro didático. O conceito de contextualização, que é um dos princípios dessa reforma curricular, é apontado pelos professores como uma mudança de postura na ação pedagógica, no entanto tais ações são vistas como frágeis e insuficientes para compreender um processo de reforma curricular. Dessa forma, a escola ainda parece estar indiferente às orientações públicas, primeiro porque os professores não se sentem questionados em seu trabalho, devido ao fato de os processos seletivos nas instituições públicas ainda permanecerem com maior regularidade com a cultura curricular da escola; e segundo, os professores apresentam entendimentos superficiais e limitados para efetivar mudanças no ensino, a ponto de comprometer o processo de reforma curricular. O Ensino Médio está com dificuldades em desenvolver a base curricular comum, no caso da Matemática, pela diminuição na carga horária e a falta de conhecimento matemático do Ensino Fundamental. Mesmo após 15 anos de orientações e políticas, o currículo da escola e a ação pedagógica do professor parecem indiferentes aos processos de reforma curricular.
Descrição
116 f.
Palavras-chave
Ensino de matemática, Reforma curricular, Contextualização, Enem, Exame Nacional do Ensino Médio, Educação nas Ciências