As interações entre educadoras e crianças no contexto da educação infantil

Abstract

A interação é um aspecto relevante para o processo de formação e constituição do humano e da própria sociedade. A criança, em especial, aprende e constrói sua identidade por meio das relações e práticas cotidianas que vivencia. Pautado nestas concepções, este estudo tem por objetivo analisar experiências de interações entre educadoras e crianças em contextos de Educação Infantil, para compreender a realidade vivenciada e compartilhar saberes no aprimoramento de ações mais humanizadoras na e com a infância. Para tal, incorre sobre concepções de infância e de Educação Infantil, analisando o contexto histórico e as políticas públicas que incorporam ao cenário atual. Apresenta-se como problema de pesquisa a seguinte questão: Como superar elementos que dificultam a relação entre educadoras e crianças, como o autoritarismo, a “indisciplina” e a falta de diálogo? Assim, o campo empírico da pesquisa é uma escola de Educação Infantil privada de caráter filantrópico do município de Santa Rosa/RS. Autores como Paulo Freire, Rubem Alves, Miguel Arroyo entre outros, que abordam mais especificamente a temática da infância, como Maria Carmem Barbosa, e da história da infância, como Philippe Ariès, Moisés Kuhlmann e Mari Del Priore, bem como a legislação educacional brasileira, constituir-se-ão referências teóricas para aprofundar o estudo. A metodologia norteadora do trabalho é de abordagem qualitativa, fundamentada na sistematização de experiências. Os instrumentos de produção de dados fundamentam-se em documentos oficiais, na legislação educacional e em entrevista semiestruturada realizada com três famílias que vivenciaram situações de interação não significativas na escola e experiências com interações humanizadoras. Assim, o movimento de análise em relação à hipótese que construímos indica que a qualidade das interações entre educadoras e crianças pode ser determinante para a eficácia da prática pedagógica, e aponta elementos facilitadores e outros que dificultam o convívio harmonioso nesta ambiência. Concluímos que as relações entre educadoras e crianças, pautadas na amorosidade, dialogicidade e no respeito, quando articuladas a práticas pedagógicas comprometidas com a construção do conhecimento, problematizadoras, críticas e emancipatórias, contribuem para desvelar a ideologia opressora e recuperar a humanidade roubada.