O currículo integrado na educação de jovens e adultos
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Data
2013-11-05
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Resumo
Esta pesquisa descreve e reflete sobre as origens históricas do Currículo Integrado, descreve a
história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil e “sistematiza” a experiência dos
educadores do Curso de Formação Inicial e Continuada em Gestão Agropecuária integrado ao
Ensino Fundamental na modalidade de EJA, desenvolvido pelo Instituto Federal Farroupilha,
no Campus Santo Augusto, em parceria com os municípios de Tenente Portela, Três Passos e
Coronel Bicaco. As análises foram realizadas a partir do método dialético, conforme define
Moacir Gadotti, e tiveram como referências as categorias: trabalho, totalidade, contradição e
hegemonia. O estudo foi realizado através da revisão bibliográfica sobre as origens do
Currículo Integrado, com ênfase no seu principal referencial – a Escola Unitária de Gramsci -,
considerando os princípios teóricos que lhe dão sustentação e da reflexão sobre o debate que
se estabeleceu sobre o tema, a partir da sua definição como uma das prioridades da Educação
Profissional de nível médio na Rede Federal de Educação Profissional. Tomei como
referência para esta reflexão, os trabalhos de Gaudêncio Frigotto, Maria Ciavatta, Acácia
Kuenzer e Marise Ramos. O estudo serviu de base para indagar se o programa analisado tem
caráter transformador. Em relação à Educação de Jovens e Adultos, foi realizada a descrição
do seu histórico, tendo por base os trabalhos de Vanilda Pereira Paiva e Paulo Ghiraldelli JR,
com ênfase nas experiências da Educação Popular realizadas a partir do final da década de 50
e início da década de 60, do século passado. Período em que houve projetos cujos objetivos
eram a real emancipação dos trabalhadores, em contraposição ao projeto conservador de
alfabetização que pretendia oferecer as primeiras letras e uma formação básica, que nada mais
faria que inserir os trabalhadores como mão de obra dos setores produtivos urbanos. Neste
contexto histórico aparece a Educação de Adultos em meio à disputa de projetos sociais e
políticos mais amplos. No capítulo da “Sistematização da Experiência”, considerei as
orientações de Elza Maria Fonseca Falkembach e Oscar Jara, no sentido de organizar as
etapas do trabalho realizado, analisar os documentos, fazer a leitura e transcrição resumida
dos Memoriais Formativos e a transcrição e análise dos depoimentos dos professores. A
“sistematização” orientou-se pelas seguintes questões: Os educadores expressam uma
compreensão das intenções estratégicas do Currículo Integrado no PROEJA-FIC, isto é, como
projeto pedagógico contra-hegemônico? Quanto às especificidades dos sujeitos da EJA, como
elas são percebidas pelos educadores, especialmente quanto às formas de avaliação e
integração curricular? Houve um ambiente de crítica sobre as condições da realidade vivida
por educandos e educadores, com o objetivo de ampliar os papéis que têm sido atribuídos à
educação de adultos no Brasil, ou, nas palavras de Falkembach (2006), “ampliar cabeças”?
Como resultado da investigação, podemos afirmar que apenas um educador revelou
compreensão sobre as intenções estratégicas do Currículo Integrado no PROEJA-FIC. Os
demais manifestaram compreensão razoável, apenas. Quanto à metodologia para as
especificidades dos sujeitos da EJA, os educadores expressaram preocupações em relação à
integração curricular, reconhecendo o espaço do PROEJA-FIC como meio de encontro e
reencontro para pensar as vivências para além dos conteúdos, o que levou à percepção da
necessidade de processos avaliativos que priorizem aspectos qualitativos. Esta foi a questão
com as respostas mais adequadas para as condições históricas requeridas pela EJA e seus
sujeitos. A pesquisa também revelou a necessidade de se ampliar os trabalhos de Formação
Continuada dos professores.
Descrição
137 f.
Palavras-chave
Currículo integrado, Educação de jovens e adultos, Emancipação, Sistematização da experiência, PROEJA-FIC, Educação nas Ciências