O abuso inscrito no cenário social colonizado pela exploração em uma articulação ao desejo da pulsão de morte

Abstract

O abuso se faz presente nas mais diversas manifestações sociais, em evidência o abuso sexual. A análise do abuso enquanto sintoma social é um questionamento com grande pertinência no cotidiano, que vem atrelado ao desenvolvimento da sociedade brasileira desde a sua colonização. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa se desenrola em compreender o delineamento dessa trajetória de reconstruções e estigmatizações ao longo do tempo. A partir disso, procura-se o entendimento de como se coloca essa violência no social, e a sua ligação mais intrínseca com o abuso em si, uma vez que está configurada desde o estabelecimento social do país, em suas mais diversas faces de exploração, enraizada na vida dos sujeitos. Refletindo assim, sobre os questionamentos que circulam frente à pontuação do abuso inscrito nas relações subjetivas, e demarcam o cenário brasileiro desde seus primórdios até a contemporaneidade. Para o desenvolvimento do estudo, foi preciso explorar, através da revisão bibliográfica, a análise reflexiva do abuso sexual na configuração cultural, problematizando-o no laço social. Buscando entender qual o lugar do abusador nessa trama, em articulação com os conceitos psicanalíticos de gozo, pulsão de morte e a dinâmica do sadismo e masoquismo, que estruturam o sujeito fálico, através de textos freudianos e lacanianos. Para isso, é preciso que, ao abordar esse tema, ele possa atravessar e implicar com o contexto cultural, histórico e constitutivo, em processos que resultem mais perguntas do que respostas, possibilitando assim a reflexão do sujeito, e sua relação com o cenário em que está inserido e se estrutura.