Condição humana e educação: reflexões sobre a especificidade da docência e da escola

Abstract

Esta dissertação desenvolve a temática “Condição Humana e Educação: reflexões sobre a especificidade da docência e da escola”. Com essa temática, objetiva-se compreender o que compõe a nossa condição humana e, a partir dela, o que a educação escolar e a docência têm a contribuir para a construção de um mundo humano comum. Um mundo que autoriza acolher os recém-chegados e inseri-los nas memórias vivas da humanidade. Ademais, orientamos a escrita a partir das seguintes problemáticas: Qual a especificidade da docência e da escola em face da chegada de novas gerações no mundo humano? O que a docência e a educação escolar têm a contribuir para a construção de um mundo humano comum? E, por que ainda precisamos de escolas nos dias de hoje? O escrito está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo tematiza-se a relação entre a condição humana e a constituição do mundo humano, a relação humano e linguagem – enquanto possibilidade de aprender com seus semelhantes – e os motivos que nos levam a falar de educação e dela precisarmos. No segundo capítulo aborda-se a especificidade da docência na educação escolar, a constituição e importância da autoridade docente e, também, a importância de o professor se constituir em uma anterioridade pedagógica em relação ao conhecimento. Por fim, no último capítulo busca-se entender o que baliza a especificidade da escola – enquanto instituição republicana –, além de se apresentar acusações, demandas e reformas a ela endereçadas, por conseguinte, o objetivo é apresentar elementos que sirvam como norte para se pensar: Para que servem as escolas? Trata-se de um movimento de colocar a escola em suspensão, pensar sobre ela, sobre os professores, sobre os alunos, sobre aquilo que faz uma escola ser escola e não outra coisa. Nessa direção, para dar conta do movimento empreendido, realiza-se um diálogo com autores como Hannah Arendt, Fernando Savater, Jan Masschelein e Maarten Simons, Mario Osorio Marques, Michael Young entre outros. Destaca-se, por fim, que a responsabilidade do professor e a especificidade da escola estão, justamente, na possibilidade de comunicarem o legado da humanidade às novas gerações, garantindo que o elo entre as gerações se mantenha, aprofunde e aperfeiçoe, em um movimento que representa, simultaneamente, um compromisso com a durabilidade pública e uma condição para a renovação do mundo humano comum.