Entraves e avanços na implantação das boas práticas de fabricação em pequenas agroindústrias familiares em Júlio de Castilhos/RS

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Data

2015-05-08

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Resumo

O presente estudo versa sobre os entraves e os avanços na implantação de boas práticas de fabricação (BPF) em pequenas agroindústrias familiares em Júlio de Castilhos. O universo de investigação empírica é o município de Júlio de Castilhos, no Rio Grande do Sul. O corpus são as agroindústrias dessa região por se constituem em um espaço de produção de produtos agropecuários e a consequente transformação em derivados alimentares de diversos tipos. Nesse processo, ocorre, portanto, a agregação de valor ao produto final. Além disso, deve-se ressaltar que, em tais empreendimentos, há grande relevância do trabalho e da gestão por parte do próprio núcleo familiar. O objetivo é identificar as razões que dificultam a implantação do Programa Boas Práticas de Fabricação junto às agroindústrias familiares de Júlio de Castilhos. Para fins de análise, foram visitadas dez unidades familiares do município, das quais cinco unidades estão cadastradas no Programa Gaúcho de Agroindústria; e outras cinco famílias rurais, caracterizando uma amostra não probabilística, que se define por critérios de acessibilidade e tipicidade (VERGARA, 2010). O trabalho adota como referência teórica a taxionomia apresentada por Vergara (2010), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios. Em relação aos fins, a pesquisa é exploratória e descritiva. Quanto aos meios, a pesquisa é de campo, documental e bibliográfica, incluindo um estudo de caso. Os resultados mostram que ainda não existe nenhuma agroindústria familiar devidamente regularizada e apta a receber o Selo Sabor Gaúcho. Os gestores das unidades familiares ainda precisam buscar e receber maiores informações sobre boas práticas de fabricação, a fim de adequarem seus estabelecimentos às condições sanitárias e ambientais estabelecidas na normativa RDC 275/2002. Os motivos que podem os levar a rejeitar a adoção do programa de BPF em suas propriedades são: 1) a falta de recursos para construção de instalações, 2) equipamentos de custos elevados, 3) a concorrência das redes, 4) necessidade de aprender a novas práticas de transformação do alimento para agregação de valor e 4) a legislação para as grandes indústrias e 5) a não consideração do conhecimento do agricultor no processo de controle de qualidade. Por fim, é importante destacar a força de vontade dos agricultores em ainda se manterem produtivamente no meio rural. A adequação da legislação para atender às agroindústrias familiares, observando a diversidade histórica e cultural do meio em que estão localizadas e a ação educativa, (interação entre o saber popular e o saber científico), poderão gerar normas, metas e indicadores para desenvolverem as ações de boas práticas de fabricação, sem ignorar a cultura local.

Descrição

117 f.

Palavras-chave

Ciências Sociais Aplicadas, Desenvolvimento, Administração, Agroindústrias familiares, Boas práticas de fabricação, Júlio de Castilhos

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