“Um aluno a incluir é um aluno por salvar”: Reconhecimento, responsabilidade e amor na inclusão do deficiente intelectual
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Data
2019-08-07
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Resumo
A presente dissertação estuda a inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual e
o compromisso docente nesse processo. Questiona a efetividade desse movimento a partir do
entendimento de que a escola, na perspectiva inclusiva, dirige-se para todos e que todos têm
direito à educação. Um direito assegurado tanto pelo princípio da igualdade, enquanto direito
ao saber de uma tradição historicamente constituída e que conduz os sujeitos humanos à
autonomia e à liberdade, quanto pelo princípio da diferença, enquanto propõe a atenção às
singularidades como forma de garantir o atendimento às necessidades educativas em contexto
escolar. A pesquisa inicia contextualizando o processo de exclusão, abandono e sofrimento
vivido pelos sujeitos com deficiência por longos anos, até à sua aceitação social e
reconhecimento ao direito educativo legados pelo ideal de universalidade moderna, embora sem
conseguir dar conta da insuficiência nas respostas destes sujeitos aos padrões de
desenvolvimento esperado, conduzindo-os a uma nova exclusão pelo seu encaminhamento à
instituições de tratamento e reabilitação. Somente, mais tarde, é que diretrizes voltadas ao
respeito, reconhecimento e consideração das diferenças dos sujeitos nos espaços escolares
passaram a vigorar e a proposta de educação inclusiva começou a ganhar efetividade, ainda que
com algumas contradições. Na sequência, são analisadas tais contradições emergentes do
conflito entre as normativas legais, os limites intelectivos dos alunos e a atual estrutura
curricular, que passou a revelar que a educação inclusiva vai muito além do cumprimento
formal de determinações legais ou um atendimento especializado de profissionais competentes.
Segundo a problematização desenvolvida no último capítulo, foi possível perceber que a
possibilidade de uma educação inclusiva escolar requer o entendimento de que as diferenças
entre os sujeitos não podem ser impeditivas do direito de aprender junto e que o lugar ocupado
pelo conhecimento científico seja relativizado. Em síntese, tem a ver, antes de tudo, com uma
questão ética fundamental que sustenta a ação pedagógica, não apenas porque o seu
compromisso se volta à formação integral da pessoa e à sua condução e inserção no mundo
social e cultural, mas, sobretudo, porque envolve reconhecimento, responsabilidade e amor na
relação educativa.
Descrição
99 f.
Palavras-chave
Educação nas Ciências, Inclusão Escolar, Deficiência Intelectual, Ética, Formação